Neste trabalho, pretendo fazer uma abordagem, embora superficial,

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                                                                                                                                    bibliografia                                                                                                                                        

     INTRODUÇÃO:

    Neste trabalho, pretendo fazer uma abordagem, embora superficial, sobre o vício dos chats na internet, ou seja, tentar compreender até que ponto a realidade virtual se transforma numa realidade “real”, isto é concreta e física?

   Antigamente, havia o papel de carta, o correio, o selo; agora é tudo mais fácil com a ajuda da tecnologia e da informática, pois basta um teclado, um visor e um fio que nos ligue à Internet e já está: entramos num mundo virtual onde tudo é incerto, nada é concreto, em que a permanência do sonho alimenta um espírito, que ausente do tempo e do espaço, não reconhece a espécie humana que o rodeia, durante aquele pequeno momento virtual que está a viver.

   Entrar na realidade fora da realidade- este é um dos maiores problemas dos chats da net, uma vez que não existe troca de olhares, onde nada se vê e tudo se imagina, num mundo onde não há limites: os dados pessoais podem modificar-se e adaptar-se aos mais variados contextos. Aqui, cada cibernauta pode ter um ou mil “nicks” e viver todas estes personagens como se de verdadeiras pessoas se tratassem.  Daqui pode depreender-se e colocar-se varias questões.

   Será a adopção de inúmeras personalidades e estilos de vida para estes uma maneira de ser “virtualmente” aquilo que não conseguem ser fisicamente no seu quotidiano?   Será esta heteronímia infinita uma fuga á realidade com vista a um esquecimento momentâneo de problemas físicos, psíquicos  ou até socio-financeiros?

   Ao entrar-se num programa de chats- no meu trabalho abordei essencialmente o IRC, visto que é o meio de conversação virtual mais utilizado em Portugal- as opções são inúmeras, podendo-se entrar em salas de conversa diferenciadas, por exemplo, pela área geográfica, interesses, hobbies, faixas etárias ou preferências sexuais.

   No conforto do seu meio natural, quer no seu quarto ou escritório, ou até em qualquer cybercafé ou universidade, qualquer um pode desemprenhar variadissimas personagens. Apesar do anonimato e não se fazer ideia de quem está do outro lado, muitas vezes os internautas nem querem saber, pois preferem viver na ilusão conformada e manter a perfeição idealizada do seu interlocutor. No entanto, há que referir que ainda existem aqueles que vão para as salas de conversação, por exemplo, através do IRC, simplesmente para falar com os amigos e passar o tempo, sendo esta percentagem bastante reduzida paralelamente aos anteriores, pelo que pude constatar na realização do meu trabalho sobre o IRC.

   O IRC confere aos cibernautas, fundamentalmente, a possibilidade de fazer amigos especiais; conquistas virtuais, que facilmente se podem objectivar; aumento de auto-estima; fortalecimento da personalidade. Por outro lado, poderá, eventualmente, também constituir uma diminuição gradual das relações interpessoais de co-presença física, face a um menor contacto humano, sendo estes aspectos, obviamente, questionados ao longo deste trabalho.

    APRESENTAÇÃO DO IRC:

  De facto, e apesar de também poder significar imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas a verdade é que o IRC de que falo não é bem isso: o IRC, ou seja, Internet relay Chat, trata-se de um modo de conversação on-line da World Wide Web e consiste num sistema que permite conversar em tempo real com pessoas de todo o mundo. Desde que foi criado em 1988, na Finlândia, o IRC tem assumido um papel de importante relevância na transmissão de informação em alguns acontecimentos mundiais, como é o caso da guerra do golfo.

  Para utilizar o IRC é necessário escolher um nick (pseudónimo), que pode ser um nome real ou, na maior parte das vezes, um nome inventado. Cada utilizador escreve uma frase que é enviada para uma sala de conversa, onde é vista por todos ou, em privado, para outro utilizador.

   È necessário aqui analisar os conceitos chave do IRC, em geral, a saber: IRC Client (o programa utilizado para o IRC, como é o caso do Mirc, pois este é o programa mais popular), servidor de irc (o computador servidor ao qual o mirc estabelece a ligação), irc channel/canal de irc (a sala/canal na qual se conversa), rede de irc (uma rede de irc é um conjunto de servidores de irc ligados entre si) e nick (o pseudónimo utilizado para conversar com outros utilizadores).
  O servidor de IRC é o computador que aceita ligações dos utilizadores e que por sua vez está ligado a outros servidores de IRC para formar uma rede. A rede portuguesa mais conhecida é a PT-NET que interliga os servidores dos vários fornecedores de acesso e de universidades. O IRC em si é um serviço bastante seguro mas uma das suas funcionalidades - a transferência de ficheiros entre utilizadores - é também uma das suas principais fraquezas, dado que existem utilizadores mal intencionados.

  O IRC pode criar algum vício para muitos navegantes: os chamados “vIRCiados”, isto é, indivíduos que passam muitas horas por dia no IRC. Há muitos casos de pessoas que ficam a “teclar” no IRC até de madrugada, o que se traduz no aumento das contas do telefone na redução das horas de sono.

   ESTUDOS ESTATÍSTICOS SOBRE O IRC:

   Apesar de ainda se terem realizado poucos estudos sobre este novo modo de conversação online, já se podem encontrar algumas estatísticas  mais próximas da realidade portuguesa.

   Num estudo efectuado que encontrei num site sobre este assunto, que se denominou por “ Os frequentadores de IRC em Portugal” realizaram-se aleatoriamente 175 entrevistas na PTNet e colocaram-se as seguintes questões: quem são os habitantes desta nova sociedade? O que os faz optar por comunicar através desde meio, com pessoas distantes do seu dia-a-dia?

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  É visível, segundo este estudo, a predominância do sexo masculino. No entanto, não se pode esquecer que o anonimato é uma das características que centrais do IRC. É habitual encontrar mulheres que se fazem passar por homens, e vice-versa. Apesar disso, parece haver, por parte da grande maioria dos utilizadores, uma aceitação implícita de tal, pelo que este facto não parece ser um incómodo, ou um obstáculo à comunicação.  Verificou-se uma predominância de jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 20 anos, sendo a média de 21anos.  

   Há uma grande percentagem de novos utilizadores. ...

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