Pretende-se neste artigo, derivado do trabalho de ANSELMO (2002), analisar a implantao e utilizao de um Escritrio de Gerenciamento de Projetos como instrumento de apoio gesto de projetos e de implementao de estratgias organizacionais,

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VI SEMEAD                ESTUDO DE CASO

                ADM. GERAL

Escritório de Gerenciamento de Projetos

Um Estudo de Caso

ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS

UM ESTUDO DE CASO

RESUMO

Recentemente, os estudos sobre a gestão de projetos têm ganhado força devido ao aumento da complexidade do mundo dos negócios e à crescente competitividade empresarial. Neste contexto, as falhas na execução dos projetos têm resultados desastrosos. Para evitar que elas ocorram, diversos mecanismos vêm sendo desenvolvidos. O Escritório de Gerenciamento de Projetos é um destes mecanismos.

Pretende-se neste artigo, derivado do trabalho de ANSELMO (2002), analisar a implantação e utilização de um Escritório de Gerenciamento de Projetos como instrumento de apoio à gestão de projetos e de implementação de estratégias organizacionais, identificando as principais dificuldades e fatores críticos de sucesso da implantação e os principais pontos positivos e negativos da utilização.

Palavras-chave: escritório de gerenciamento de projetos, gestão de projetos; gerenciamento de projetos; implementação de estratégias organizacionais;.


Introdução, Objetivo e Metodologia Utilizada

Segundo FRAME (1995), o gerenciamento de projetos vem se tornando cada vez mais estudado e utilizado. Apesar disso, ainda se observam (FORMAN apud RAD & RAGHAVAN, 2000) altos índices de falhas em projetos. CRAWFORD (2000b) justifica esta ineficácia no gerenciamento de projetos dizendo que a maioria dos problemas ocorrem devido à falta de processos adequados e padronizados.

O Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) surge, então, como um elemento organizacional responsável pela minimização dos problemas de falta de processos definidos e padronizados, pela divulgação das práticas de gerenciamento de projetos para toda a organização, possibilitando a diminuição dos índices de falhas e garantindo que os projetos mais importantes para a organização sejam os mais prioritários.

Por outro lado, alguns autores, como DINSMORE (2002), mostram que alguns estudos estão evidenciando que os Escritórios de Gerenciamento de Projetos podem não ser uma solução viável para um grande número de empresas.

Neste contexto, em que alguns autores relacionam ao EGP um alto potencial de ganho para as empresas e outros o colocam como uma moda passageira, torna-se muito importante o estudo do tema para elucidar os pontos positivos e negativos da utilização do mesmo e as características de sua implementação.

Neste artigo, derivado dos resultados do trabalho de ANSELMO (2002), são analisadas, por meio de um estudo de caso comparado a um referencial bibliográfico, a implantação e utilização de um EGP como instrumento de apoio à gestão de projetos e de implementação de estratégias organizacionais. A fim de alcançar o objetivo proposto, é empregada uma abordagem de pesquisa descritiva. Além disso, para a coleta de dados, são utilizadas as técnicas de análise documental, de observação direta, de entrevista focalizada e estudo de caso. Será utilizado, a título de amostragem, o caso de implantação de Escritório de Gerenciamento de Projetos de uma empresa de grande porte do setor de telecomunicações.

Escritório de Gerenciamento de Projetos

Definição

A definição de Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) na literatura é bastante variada. Os itens abaixo agrupam as várias definições de EGP:

  • Elemento organizacional de caráter corporativo e de definição e uniformização de processos e ferramentas (RAD & RAGHAVAN, 2000 e DUGGALL, 2001);
  • Elemento organizacional de caráter corporativo que atua como repositório ou provedor de serviços, recursos, processos, métodos e ferramentas de auxílio (CRAWFORD, 2000a);
  • Elemento organizacional de caráter corporativo que atua no auxílio na gestão de porta fólio (MORNINGSTAR, 1999);

No restante deste artigo, assume-se uma definição híbrida. A figura abaixo, uma adaptação da definição de GONSALEZ & RODRIGUES (2002), ilustra essa definição:

Figura 1: Escritório de Gerenciamento de Projetos - Conceito

Assim, define-se o EGP como sendo a entidade organizacional formalmente estabelecida responsável por definir, uniformizar e defender padrões, processos, métricas e ferramentas; oferecer serviços de gerenciamento, treinamento e documentação; garantir o alinhamento das iniciativas à estratégia organizacional e confeccionar relatórios de progresso e acompanhamento.

Modelos, Funções e Composição Interna

A maior parte dos autores divide os modelos de EGP em três principais tipos. Apesar da diferença de nomenclatura, a maioria das funções associadas a cada tipo (ou nível) de EGP se mantém constante. Neste trabalho, os modelos de EGP também serão divididos:

  1. Nível 1 – Escritório de Controle de Projetos;
  2. Nível 2 – Escritório de Suporte de Projetos;
  3. Nível 3 – Escritório Estratégico de Projetos

É interessante notar que, apesar desta divisão de modelos, tipos diferentes de Escritórios podem ser utilizados ao mesmo tempo em áreas distintas da organização ou mesmo dentro da mesma área (CASEY & PECK, 2001). Esses modelos podem também se misturar, fazendo com que as fronteiras entre eles sejam muito tênues.

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Nível 1 - Escritório de Controle de Projetos

Um EGP de nível 1 é utilizado para controle de projetos e é responsável pela emissão de relatórios e pelo acompanhamento de indicadores previamente estabelecidos, sem influenciar a forma como os projetos estão sendo conduzidos (GONSALEZ & RODRIGUES, 2002). As funções deste nível de EGP são enumeradas abaixo:

  • Emitir relatórios de progresso, custos, orçamento, performance e  riscos;
  • Manter uma base de dados de ações históricas e lições aprendidas;
  • Monitorar os resultados do projeto.

No geral, um Escritório deste nível trabalha controlando as atividades de dia-a-dia dos ...

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