Embora tenham sido visitados os dois edifícios, este relatório se propõe a solucionar o problema de gasto de energia apenas no Edifício Sede do Ministério da Fazenda.
Análise dos Dados
O sistema central de ar-condicionado do Edifício do Ministério da Fazenda apresenta a vantagem de evitar certos tipos de desperdício, como por exemplo, o de alguém esquecer o aparelho ligado à noite, ou exigir uma temperatura menor que a de conforto térmico, levando a um consumo de energia desnecessário.
O fato de não haver um controle de temperatura e funcionamento em cada sala acaba dificultando as condições de conforto térmico, pois, dependendo das condições do ambiente, a quantidade de pessoas trabalhando e aparelhos eletrônicos ligados, as necessidades de uma maior ou menor potência do equipamento variam. Além disso, o condicionador de ar acaba ficando ligado em horários em que as salas estão pouco ocupadas ou até mesmo vazias, já que o horário de funcionamento do sistema de ar condicionado é das 8h às 20h e a entrada de público é até às 16h, horário em que a quantidade de pessoas trabalhando no local começa a diminuir de forma considerável, como foi possível perceber durante a visita: às 17 horas, um número considerável de escritórios já estava praticamente vazio.
Nos escritórios, havia um grande número de lâmpadas fluorescentes, e, apesar de elas serem conhecidas como lâmpadas frias, nessa quantidade, o calor dissipado não é tão desprezível como seria se elas fossem usadas de forma mais eficiente. Por exemplo, se fossem usadas cores mais claras no ambiente para favorecer a reflexão e a iluminação natural, seria permitida uma redução do uso de iluminação artificial.
Dentre os aspectos certamente positivos, destacamos o fato da manutenção do sistema ser periódica e da presença de ventiladores de coluna. É importante que o equipamento seja verificado constantemente, pois ele fica ligado durante muitas horas. Além disso, a limpeza dos filtros é essencial, não só para o melhor funcionamento dos aparelhos, como também para a saúde dos funcionários dos escritórios. Já os ventiladores de coluna favorecem a circulação de ar, amenizando a falta de troca de ar com o ambiente externo.
Portanto, conclui-se que existem falhas na estrutura do edifício e no controle do sistema de ar condicionado, que podem ser parcialmente resolvidas com a implementação de medidas que serão apresentadas mais adiante.Se o sistema de refrigeração do Edifício do Ministério da Fazenda apresentou falhas, o Edifício Centro Comercial Luiz Antônio está em uma situação bem pior: os aparelhos de ar condicionado e sua maneira de funcionamento mostraram-se atrasadíssimos. De fato, há um número muito grande de aparelhos de baixa capacidade, o que torna o consumo muito grande e dificulta a manutenção. Não há preocupação em diminuir a entrada de luz no prédio através da implantação de películas “InsulFilm” nas inúmeras janelas de vidro, ou em diminuir a entrada de calor nos escritórios através do uso de vidros duplos. Além disso, o grande número de aparelhos compromete esteticamente a fachada do prédio.
Definição do Problema
Os problemas devem ser bem definidos para direcionar melhores escolhas de solução no futuro.
Os defeitos do sistema de refrigeração do prédio do Ministério da Fazenda consistem no sistema central de ar-condicionado não permitir regulação individual da temperatura em função da necessidade, pois ele funciona mesmo após o término do expediente. Além disso, o ambiente é escuro: desfavorece a difusão da luz, o que leva a um uso elevado de lâmpadas que dissipam calor. Por último, outro problema é a falta de vidros duplos, pois as janelas simples permitem a entrada de calor do meio externo e não ajudam na retenção do ar climatizado no ambiente interno.
Através da troca de certos equipamentos e o redimensionamento do ambiente de trabalho, deseja-se promover uma maior eficiência no uso do sistema de climatização. O objetivo dessa eficiência não é apenas a economia de dinheiro, mas também o conforto dos funcionários e respeito ao meio ambiente.
Algumas medidas requerem modificações na estrutura interna do prédio, ou seja, podem ser de difícil aplicação, e/ou grande investimento inicial em dinheiro, o que pode dificultar mais ainda sua implantação.
Alternativas de Solução
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A1: Sistema de condicionamento de ar com insuflamento pelo piso: permite controle de saída de ar individual ou automático, fazendo com que não haja desperdícios, e gasta menos energia na medida em que o ar distribuído pode ser resfriado a uma temperatura mais alta em relação à que o sistema convencional de insuflamento pelo teto exige;
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A2: Termostato em cada sala: permite que o ar fique ligado apenas nos horários em que é necessário evitando desperdícios de energia;
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A3: Utilizar aparelhos com compressores rotativos, que garantem um menor atrito entre as peças do ar condicionado, diminuindo o esforço da máquina e, conseqüentemente, diminuindo o gasto energético;
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A4: Usar o sistema de termoacumulação, que consiste em ter um aparelho que trabalharia durante a noite produzindo gelo e água em uma temperatura abaixo da utilizada pelo ar-condicionado. Durante o dia, o sistema de ar condicionado utilizaria esse “estoque de frio” armazenado para abastecer aparelhos de ar condicionado do tipo “fan-coils”;
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A5: Usar um sistema chamado “Economizer”, cujo princípio é o da utilização do ar exterior quando suas condições de temperatura e umidade são mais favoráveis que as do ar de retorno para os climatizadores que estão nas condições do ambiente condicionado;
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A6: Instalação de janelas feitas de vidro termo-acústico: dificultam a entrada de calor do ambiente externo;
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A7: Uso de cores mais claras no ambiente interno: reduzem a dependência da iluminação artificial;
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A8: Utilização de outras fontes para refrigerar o ambiente, como água fria, nas paredes e chãos;
Existem também algumas alternativas que estão em fase de teste, ou que ainda não estão disponíveis para o grande público, tais como:
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A9: Janelas solares: utilizam uma nova tecnologia que permite converter a luz do sol em uma forma armazenável de energia, que pode então ser utilizada para aquecer, resfriar ou iluminar artificialmente o prédio;
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A10: Equipamento de refrigeração CryoSol: retira energia de microcristais de gelo, o que torna o equipamento menor e mais eficiente;
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A11: Software Energy Express for Architects: avalia o impacto energético do prédio, opções de sombra e questões operacionais levando em conta os principais fatores que influenciam o custo e o consumo de energia de itens como aquecimento, ventilação e ar condicionado.
Definição dos critérios de avaliação
Os critérios a serem adotados para a escolha da melhor alternativa de solução são: o conforto e a saúde dos trabalhadores do edifício, os impactos ambientais que o novo sistema de refrigeração acarretará, o espaço a ser ocupado pelo ar condicionado, seu consumo de energia, o custo de implementação e o custo de manutenção.
Para a atribuição de pesos aos critérios, eles foram distribuídos em uma tabela – os seis critérios ao longo de uma coluna e os mesmos critérios ao longo de uma linha. Depois, cada um foi comparado com todos os outros, dois a dois, sendo que foi atribuído o número um para o mais importante em relação ao menos importante. O menos importante leva zero em relação ao mais importante. Foram somadas as importâncias de cada critério, e cada soma dessas foi dividida pela soma total de todos os critérios, obtendo-se, assim, o peso relativo de cada um deles.
Tabela de Hierarquização dos Critérios
Observações: A leitura dessa tabela deve ser feita sempre considerando a relevância do critério da linha em relação ao critério da coluna. C1: Conforto/ Saúde; C2: Impactos Ambientais; C3: Consumo de Energia; C4: Custo de Implantação; C5: Custo de Manutenção; C6: Espaço.
Determinação dos méritos para os critérios
Os critérios listados acima foram escolhidos pelos seguintes motivos:
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Conforto/ Saúde: não seria, de forma alguma, interessante a adoção de um sistema de refrigeração de ar que racionalizasse, de maneira perfeita, o consumo de energia em um prédio comercial de grande porte, e que, ao mesmo tempo, prejudicasse o rendimento dos trabalhadores do local;
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Impactos ambientais: o grande objetivo desse projeto é utilizar a energia minimizando os prejuízos ao meio ambiente;
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Consumo de energia: pelo mesmo motivo anterior (esses dois últimos critérios estão intimamente relacionados);
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Custo de implantação: algumas tecnologias são muito novas e ainda bastante caras, e outras, embora pareçam inteligentes teoricamente, têm um elevado tempo de retorno em relação ao seu investimento inicial;
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Custo de manutenção: não seria adequada para o prédio de escritórios que contraísse despesas altíssimas e periódicas;
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Espaço: um novo sistema de ar condicionado pode requerer um grande espaço ou a instalação de uma estrutura complexa, que podem ser inviáveis, dependendo da estrutura original do prédio.
Observa-se que, na atribuição dos pesos, os critérios “Impacto Ambiental” e “Consumo de Energia” obtiveram importâncias grandes e próximas, uma vez que o grande objetivo do trabalho é a racionalização do uso de energia em prol do meio ambiente. O critério “Conforto” obteve importância significativa na hierarquização por causa do motivo já citado no parágrafo acima. Os custos de implantação e de manutenção têm certa importância, porém inferior à dos outros critérios, já que um prédio de grande porte que pretende racionalizar o seu consumo de energia deve passar pelo sacrifício do alto gasto econômico a fim de modernizar seu sistema de refrigeração.
Escolha da solução
A escala usada para a avaliação segundo cada critério foi:
- Inútil;
- Inadequado;
- Muito pobre;
- Pobre;
- Tolerável;
- Adequado;
- Satisfatório;
- Bom;
- Muito bom;
- Excelente;
- Perfeito.
Tabela Matriz de Decisão
Observações: O número atribuído a cada alternativa corresponde à ordem de aparição em “Alternativas de Solução”; o critério “Espaço”, por possuir peso relativo igual a zero, foi desconsiderado na matriz de decisão.
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A1: Custo menor ou igual ao do sistema convencional de insuflamento pelo teto. Apenas os difusores de mesa são um pouco mais caros, pois ainda não são muito difundidos no mercado. A relação custo x benefício é melhor que a do sistema convencional, já que o conforto é maior e o gasto de energia, menor, o que contribui para um baixo impacto ambiental. No entanto, necessitam de um grande espaço disponível (o piso elevado) para serem implantados, espaço esse que costuma já existir em diversos prédios e que é utilizado para cabeamento de eletricidade, voz e dados;
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A2: Os termostatos oferecem bom conforto térmico, já que existe a manutenção da temperatura dentro de faixas pré-estabelecidas, mas não tanto quanto o insuflamento pelo piso, pois não oferecem a possibilidade de regulagem individual em relação ao aumento, direcionamento e até interrupção do fluxo de ar. Oferecem baixo custo de implantação e manutenção e ajudam na diminuição do desperdício de energia, proporcionando baixos impactos ambientais;
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A3: O uso de compressores rotativos não interfere diretamente no conforto térmico, já que a principal função desse tipo de equipamento, pelo menos no que se refere a esse projeto, é a diminuição do esforço da máquina de ar condicionado, possibilitando um baixo consumo de energia e, conseqüentemente, um baixo impacto ambiental. Quanto aos custos de implantação e manutenção desse tipo de equipamento, são elevados;
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A4: O custo de implantação do sistema de termoacumulação é bastante elevado, o que leva àqueles que optam por esse tipo de sistema de condicionamento do ar a refletirem sobre qual tipo de termoacumulação que será utilizada: aquela que produz gelo e água em horários em que os locais a serem "esfriados" não estão ocupados, exigindo um enorme custo inicial em aparelhos de refrigeração, ou a termoacumulação parcial, que produz gelo e água à noite para suprir a demanda de ar frio durante o dia, que é mais viável sob o aspecto econômico [Eletrobrás]. Comparado a outros sistemas de condicionamento do ar, seu custo de manutenção também é um fator que pesa negativamente, assim como o conforto e a saúde dos trabalhadores. Esse sistema não oferece vantagens em relação aos impactos ambientais ou ao consumo de energia; o diferencial desse tipo de sistema é a produção de água fria e gelo em horários em que a tarifa de energia é mais barata (como à noite), o que é vantajoso apenas sob o ponto de vista econômico;
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A5: Quanto ao consumo de energia e aos impactos ambientais, o sistema "Economizer" é bastante vantajoso, pois sua forma de funcionamento possibilita que sejam evitados gastos desnecessários de energia no resfriamento do ar, já que ele "escolhe" o tipo de ar mais propício para atingir a temperatura desejada. Esse é um sistema que não requer manutenção constante, mas oferece elevado investimento inicial. Oferece certo conforto térmico, pois a temperatura desejada será atingida com maior rapidez, já que há mais de uma opção para o resfriamento do ar (e será escolhida a mais adequada);
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A6: Evitando a entrada de calor do ambiente externo, o dispêndio de energia para resfriar o ar é menor. Assim, essa alternativa é bastante positiva, já que oferece consumo de energia nulo e conforto térmico. No entanto, seu custo de implantação é bastante alto, por se tratar de um tipo de vidro especial, o que não ocorre com o custo de manutenção, que é baixo. Os impactos ambientais que oferece estão relacionados ao descarte na natureza dos vidros anteriores;
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A7: Alternativa simples e eficaz. Não oferece impactos ambientais e o consumo de energia é nulo, assim como o custo de manutenção. O custo de implantação é baixo comparado às demais alternativas de solução. O conforto, ainda que não muito relacionado a essa alternativa, se deve à redução da dependência de iluminação artificial, o que diminui o calor dissipado no ambiente;
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A8: Essa é uma alternativa bastante ineficiente. Praticamente não oferece conforto térmico e não há como relacioná-la diretamente com os outros critérios;
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A9: O consumo de energia é baixo, assim como os impactos ambientais. Além disso, oferecem conforto térmico, já que é possível efetuar a regulagem da temperatura ambiente. No entanto, o custo de instalação é altíssimo, o que inviabiliza economicamente sua implantação. Não exigem manutenção constante;
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A10: O conforto térmico proporcionado por essa alternativa se deve à sua maior eficiência. Não oferece grandes impactos ambientais ou consumo de energia. No entanto, por ser uma tecnologia nova, requer um grande investimento inicial, além de um custo de manutenção elevado, em razão de estar ainda em fase de teste;
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A11: O uso do software não está diretamente relacionado ao conforto térmico, ao consumo de energia ou aos impactos ambientais, daí a nota zero quando comparado frente a esses critérios. Porém, indiretamente, ele é uma poderosa ferramenta na avaliação desses fatores. O grande problema é que, por ser uma tecnologia nova no mercado, requer um elevado investimento, tanto em sua implantação, quanto em sua manutenção.
De acordo com as pontuações obtidas para cada alternativa de solução, concluímos que as melhores soluções são A1 (Insuflamento de ar pelo piso), A2 (Termostatos) e A7 (Ambientes mais claros) e, portanto, elas que são as soluções escolhidas. Por ser mais simples implantar a alternativa 7, este relatório se propõe a especificar e analisar apenas as alternativas 1 e 2, que são o insuflamento de ar pelo piso e o uso de termostatos.
Especificação da solução
A1 – Insuflamento de ar pelo piso
- Informações a respeito do funcionamento
Os principais componentes de um condicionamento do ar por insuflamento pelo piso são: o plenum, que é um vão situado entre o piso elevado e a laje de concreto do pavimento; uma unidade primária de resfriamento de ar, que, geralmente, é do tipo chiller e fan coil; e, finalmente, os difusores, que fazem a distribuição do ar a partir do piso.
Esse sistema pode ser, basicamente, de três tipos: sistema com pressão negativa, cuja condição característica é a pressão no plenum ser mais baixa que a pressão ambiente (nesse caso, são necessários ventiladores para “sugarem” o ar do plenum); sistema com pressão positiva, em que a pressão no plenum é mais alta que a pressão ambiente; e o sistema conectado diretamente, em que os difusores são instalados nas pontas dos dutos (semelhante ao sistema convencional de insuflamento pelo teto).
Para a instalação desse sistema, é necessária uma divisão bem definida entre “zonas de ocupação” e “zonas de circulação". As primeiras são as áreas em que há alta densidade de pessoas e as últimas são aquelas que possuem essa densidade baixa. No caso das “zonas de ocupação”, os difusores (saída de ar no piso) podem ser controlados pelas próprias pessoas. Já nas “zonas de circulação”, como corredores, os difusores podem ser controlados por termostatos.
Figura ilustrativa do sistema individual de controle de saída de ar (difusores no mobiliário).
- Relação entre critérios e solução proposta
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Conforto/ Saúde: Diferentemente do sistema de climatização convencional, que promove um condicionamento de ar uniformizado, o sistema com distribuição de ar pelo piso, além de criar micro climas, permite ao usuário controlar, através dos difusores, o fluxo de ar (vazão e direção), de tal forma a ser conseguida a condição de conforto preferida.
Outra vantagem é a melhora das condições do ar, com uma diminuição de 80% da poeira no ambiente de trabalho, proporcionando um ar com qualidade cinco vezes superior em relação ao dos sistemas tradicionais [Ar Condicionado Pelo Piso]. Assim, é garantido o bem estar dos funcionários, algo que deve ser levado em consideração em escritórios de grande porte; afinal, a produtividade dos empregados está diretamente ligada às condições de trabalho;
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Impactos ambientais: Os sistemas de ar condicionado, apesar da inofensiva aparência, são um potencial em destruição do meio ambiente. No setor comercial, o seu consumo de energia chega a ser de 30% a 40% do total [Leite]. O sistema com insuflamento pelo piso, por resfriar apenas um espaço de, aproximadamente, dois metros a partir do piso e não o ambiente inteiro como faz o sistema convencional, apresenta uma redução de até 30% nos gastos com energia elétrica sem afetar o rendimento do aparelho de ar condicionado [Ar Condicionado Pelo Piso]. Isso acontece porque, quando o ar frio é insuflado pelo teto, ele se mistura com uma parcela de ar quente vinda de baixo, desperdiçando energia, antes de chegar à parte inferior do ambiente, onde estão as pessoas e máquinas. Já no sistema de insuflamento de ar pelo piso, é criada uma corrente de convecção natural, pois o ar frio insuflado por baixo resfria o ambiente imediatamente, trocando calor aos poucos com os funcionários e máquinas, o que o deixa mais quente e faz com que ele suba, ajudado por um ventilador localizado no vão do teto. Apesar de não ser perfeito, pois, como a maioria dos sistemas de climatização, esse também elimina gases do efeito estufa, ele é, em termos de consciência ambiental, o mais indicado;
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Consumo de energia: O mecanismo de funcionamento do ar condicionado com distribuição de ar pelo piso garante a diminuição do consumo de energia. Em contraste com o sistema convencional, que promove o condicionamento de ar em todo o ambiente, no sistema proposto há uma particularização desse espaço, que é reduzido a áreas não críticas e controladas individualmente, o que mantém o condicionamento geral mínimo necessário no local de trabalho e torna menor o consumo de energia;
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Custo de implantação: O insuflamento do ar pelo piso possui, aparentemente, um custo elevado. Por falta de informação, os empreendedores costumam hesitar quando se trata do seu custo de implantação. Em relação aos preços, esse sistema possui custo menor ou igual (a distribuição de ar pelo piso tem um sistema de automação mais sofisticado, enquanto o convencional, pelo teto, precisa de válvulas que controlem a vazão de ar e de mais dutos, o que torna os custos relativamente iguais) e relação custo-benefício maior, tornando-o melhor que o sistema convencional de insuflamento pelo teto, devido à vantagem da redução do consumo de energia. O único componente da aparelhagem que não é tão conhecido no mercado é o difusor de mesa para controle individual de saída de ar. Em relação ao piso elevado, que é requisito para o sistema operar, ele não é um custo adicional na instalação do sistema, uma vez que, nos últimos dez anos, a grande maioria dos prédios já tem um piso desses para cabeamento de eletricidade, voz e dados;
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Custo de manutenção: A manutenção dos sistemas de climatização passou a ser lei desde 1998 devido à importância de sua limpeza [Sistema de legislação da saúde]. No entanto, os reparos periódicos estão principalmente relacionados a evitar o consumo excessivo e desnecessário de energia. Portanto, gastos em manutenção que garantam o bom funcionamento do aparelho de ar condicionado são imprescindíveis. O piso elevado é interessante para a manutenção, já que é de fácil manuseio: algumas placas do piso elevado podem ser desencaixadas e, assim, pode ser feita a limpeza por uma pessoa não qualificada através de um simples aspirador de pó. Já a limpeza do sistema convencional de distribuição de ar pelo teto é complexa, porque é necessário limpar dentro dos dutos, que são de difícil acesso, exigindo uma pessoa qualificada para esse serviço. Além disso, o sistema de condicionamento de ar pelo piso é vantajoso também porque seus componentes são baratos, assim, qualquer troca é acessível a escritórios de grande porte;
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Espaço: Em muitos lugares o espaço pode ser considerado um empecilho, ou por ter um elevado custo, ou pela sua falta. Nesse caso, o sistema de condicionamento individualizado, por usar máquinas com tamanhos reduzidos, garante uma diminuição do espaço destinado a sua ocupação. Já os pisos elevados, ou plenum, de múltiplas funcionalidades, podem abrigar desde instalações de dutos até fios elétricos. Ademais, permitem maior flexibilidade quanto à mudança de layout, tornando qualquer tipo de reestruturação mais rápida e econômica.
Como já foi dito anteriormente, o sistema de insuflamento de ar pelo piso possui custo de implantação semelhante ao do sistema convencional e custo de manutenção inferior a esse.
Em termos de números, a implantação exige um gasto de R$ 6500,00 / TR (onde TR significa “Tonelada de Refrigeração”).
A Tonelada de Refrigeração está relacionada à carga térmica do prédio. Como não foi possível o acesso aos dados do edifício estudado, o custo não pode ser calculado de forma específica para o Edifício Sede do Ministério da Fazenda.
- Cronograma e roteiro para implantação da solução
O cronograma é um artifício do qual muitas empresas se valem para organização e planejamento de projetos. Ele é semelhante a um diagrama onde são definidas e detalhadas minuciosamente as atividades a serem executadas durante certo período. Além disso, o cronograma é um artefato de controle importante para levantamento de custos, pois, a partir dele, pode-se fazer uma análise da viabilidade da obra antes da sua aprovação final.
Partindo-se disso, foi feito um cronograma a fim de se otimizar gastos com mão-de-obra que são proporcionais ao tempo de execução do projeto; aluguel, pois um escritório como o Ministério da Fazenda não pode interromper seu funcionamento (o projeto conta com a locação de um prédio comercial); materiais, porque, se o projeto de uma obra não é bem estruturado, será evidente o desperdício de materiais na hora de sua execução. Assim, garantimos que a solução proposta não fuja dos seus objetivos iniciais, pois nosso projeto não visa apenas à economia do consumo de energia, mas também propõe que seu custo de implantação seja compensado pelos benefícios que o novo sistema de ar condicionado trará ao escritório.
Obs: O cronograma não conta com a instalação das unidades de resfriamento primária, porque o edifício já possuía uma sala de condicionadores de ar, que serão reaproveitados nesse projeto. Portanto, esses aparelhos apenas passarão por modificações nas suas instalações e reajustes do espaço ocupado (2ª e 3ª semanas).
A2 – Termostatos
- Informações a respeito do funcionamento
Pela matriz de decisão, a alternativa de solução com a nota mais alta é a A2. Ela sugere que haja um termostato em cada sala, o que permitiria manter a temperatura na faixa desejada sem a necessidade de atenção humana no controle desta, além de que alguns dos pontos positivos desse aparelho é que seu manuseio é fácil e intuitivo além de permitir sua manutenção mesmo quando em operação. Além disso, como o mecanismo de funcionamento do termostato é mecânico e independe do uso de energia elétrica, obviamente o gasto com energia é inexistente e ele continuará a operar mesmo quando houver corte no fornecimento de energia e, como ele ajuda a controlar o funcionamento do ar-condicionado, pode reduzir os gastos energéticos do local.
Custo de implantação: R$70,00 por aparelho.
Custo energético: inexistente.
- Cronograma e roteiro para implantação
1- Procurar pelo equipamento com melhor custo/benefício (após pesquisa de custos, indicamos o termostato Clorius modelo V4.10);
2- Avaliar a quantidade suficiente de termostatos para a instalação;
3- Planejar a implantação do equipamento;
4- Encomendar a compra dos termostatos;
5- Pesquisar a empresa que realizará a implantação dos aparelhos e realizará sua manutenção quando necessário com o melhor custo/benefício;
6- Realizar a contratação da empresa que usará os planos de implantação para instalar os aparelhos;
7- Realização da instalação.
OBS: Os traços representam a quantidade proporcional de termostatos a serem implantados.
No final dessas atividades, provavelmente haverá uma certa disposição final de resíduo no prédio. Para que ela seja reduzida, devemos nos certificar de que o planejamento da implantação induz o menor gasto de materiais usados na instalação dos aparelhos, o menor gasto de material já existente no local e que deve ser retirado para que os novos aparelhos sejam implantados. Além disso, deve-se garantir que os profissionais da empresa contratada para a instalação dos termostatos tenham a requerida qualificação para que se tenha o menor gasto possível de materiais, e conseqüentemente uma menor produção de resíduos.
Referências bibliográficas
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Instituto Acende Brasil - Programa energia transparente: Monitoramento dos Cenários de oferta e do Risco de Racionamento. 4ª ed. Fevereiro 2008.
Sistema de Legislação da Saúde
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LEITE, Brenda C. C. – Sistema de ar condicionado com insuflamento pelo piso em ambientes de escritórios: avaliação do conforto térmico e condições de operação. 2003
ORNSTEIN, Sheila W. ROMERO M.(colaborador). Avaliação Pós-Ocupação do
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ROMERO, Marcelo de A. - Arquitetura, comportamento e energia : Análise do
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OTIMOAR,
SITE DA CIVIL – CEFET-RJ,
ARCINCO,
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA:
AR CONDICIONADO PELO PISO:
ELETROBRÁS: