O tipo, tamanho, forma e condições fisiológica da folha não influenciam na medição do potencial hídrico xilemático. A altura da folha dentro da árvore tem um pequeno efeito sobre os valores obtidos. As folhas que se encontram perto da base têm um potencial hídrico xilemático ligeiramente menos negativo que as localizadas a maior altura.
- Condições relacionadas com a árvore
Nem todas as espécies têm uma estrutura foliar idêntica, existe espécies que apresentam um maior controlo sobre a perda de água que outras, podendo variar assim o potencial hídrico entre elas. Um aspecto importante para todas as espécies é as condições de saúde do sistema radicular. Piores condições originaram um potencial hídrico xilemático mais negativo que plantas sãs, inclusive debaixo de condições de solo húmido. No processo de absorção de água pelas raízes qualquer factor que influencia a sua saúde como: danos físicos, doenças... reduzirem a capacidade das raízes absorverem água o que causará um potencial hídrico xilemático mais negativo que em plantas sãs. Portanto, as medições serão mais representativas se forem medidas em plantas sãs.
- As condições climáticas
As condições climáticas e a hora do dia têm uma grande influência no valor de potencial hídrico medido.
Funcionamento e uso da câmara de pressão de Scholander
Ao cortar-se a folha deve-se ter o cuidado de não se cortar o pecíolo e fazer um corte em forma recta. O tempo que passa entre o cortar da folha e a medição na câmara deve ser curto, apenas de alguns minutos. Tempos largos provocam desidratação das folhas afectando muito a leitura do potencial hídrico. Por este motivo não se recomenda apanhar muitas folhas para medidas posteriores.
O pecíolo da folha insere-se através numa borracha (tampa de goma) e é colocado na tampa da câmara, sendo recomendado ficar 1 mm de pecíolo de fora. Fecha-se a tampa, sendo importante que esta fique apertada assim como o selo de goma, para evitar fuga de gás no momento de aplicar a pressão. Quando a câmara está devidamente fechada, insere-se gás de nitrogénio de modo a aumentar a pressão no seu interior. Esta deve ser aumentada lentamente e deve-se parar quando se observar a saída de água através do pecíolo ( deve ser usada uma lupa e iluminação para melhor se observar). Neste momento atinge-se a pressão de equilíbrio e a pressão registada no manómetro da câmara corresponde em sinal oposto ao potencial de água. Existe alguns problemas que podem dificultar a observação da saída da água, tal como: poderá aparecer água de origem não xilemática. Além disso se existe uma rotura na folha pode-se introduzir ar pela parte danificada empurrando água de outros tecidos, sendo neste caso preferível mudar de folha.
È necessário ter em conta que o uso da câmara de pressão envolve um certo risco na operação devido à utilização de gás de alta pressão. Pelo qual, os operadores têm que tomar certas precauções de segurança no seu manejo.
Procedimento experimental
- Cortou-se um ramo de uma árvore (plátano), retirou-se uma folha e cortou-se em forma recta pelo pecíolo.
- Inseriu-se a folha na borracha e na tampa da câmara de pressão de modo a o pecíolo ficar cerca de 1 mm de fora e colocou-se a tampa na câmara fechando e de modo a evitar qualquer fuga de gás.
- Abriu-se a garrafa de azoto gasoso, verificando se a válvula de purga estava fechada.
- Colocou-se a válvula da câmara de pressão no “chamber” de modo a permitir que o azoto gasoso entra-se, abrindo suavemente o botão da taxa reguladora do fluxo do azoto gasoso.
- Utilizou-se uma lupa com iluminação para verificar a superfície cortada do pecíolo da folha de modo a parar a entrada de gás (colocando a válvula da câmara de pressão no “Off”) quando se observou saída de água deste.
- Registou-se a leitura da pressão no manómetro do aparelho.
- Colocou-se a válvula na posição “exhaust” para a saída do gás e só se abriu a câmara quando o ponteiro do manómetro registou zero.
Registo de resultados
Discussão de resultados
Após análises dos resultados verificou-se que nas mesmas espécies o potencial de água variava nas diferentes repetições. Verificando-se sempre que potenciais de água mais negativos correspondiam a medições feitas numa hora mais tardia, isto porque, a horas mais tardias a planta já teve exposta a horas de grande calor apresentando um défice de água maior.
Grandes variações nos valores obtidos nas repetições, que correspondem a % de incertezas altas, ou seja valores pouco exactos tal como os obtidos no grupo 5, poderiam ter sido originadas também por: erro dos observadores, verificação incorrecta da saída de água do pecíolo; pela diferente exposição das folhas ao sol, que fez com que as folhas mais expostas ao sol tivessem potenciais mais negativos, este erro poderia ter sido evitado se as folhas tivessem sido cobertas umas horas antes de cortadas; ou pelo tempo prolongado que algumas folhas poderão ter estado sujeitas antes de serem colocadas na câmara de pressão, originando desidratação. Outras variações como a forma da folha na mesma espécie não tiveram qualquer influência nos resultados.
As diferenças nos valores de potências hídricos entre as espécies estão relacionadas com a estrutura foliar destas, algumas espécies têm maior controlo sobre a perda de água apresentando um potencial de água mais negativo, tais como o plátano e a planta do grupo 3. O plátano apresenta valores tão negativos de potencial de água devido a nesta altura do ano, as folhas secarem e caírem e logo possuírem um elevado défice de água. As folhas de plantas perto do solo possuem maior quantidade de água disponível e logo um potencial de água menos negativo, tal como a planta do grupo do João.
As condições climáticas também influenciaram os nossos resultados, estando um dia chuvoso as plantas tinham grande quantidade de água disponível, tendo por isso menores défice de água logo apresentando valores de potencial menos negativos.
Bibliografia
Ferrerya Raúl,Selles Gabriel ;cámara de présion,agosto 2002 INIA