PLANO DE MARKETING

diztudo

Susana Amaral, nº 2398

Trabalho elaborado para a disciplina de Práticas de Marketing, orientada pelo Dr. Carlos Sá

RESUMO: este documento pretende apresentar o diagnóstico da situação actual da empresa, bem como os Objectivos e Plano de Marketing propostos.

MATOSINHOS – ABRIL DE 2003


Índice

ÍNDICE        

1.        DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO        

1.1.        Análise Externa        

1.1.1.        Análise do meio envolvente estrutural        

1.1.1.1.        Contexto Demográfico        

1.1.1.2.        Contexto Político Legal        

1.1.1.3.        Contexto Económico        

1.1.1.4.        Contexto Tecnológico        

1.1.1.5.        Contexto Cultural        

1.1.2.        Análise do meio envolvente transaccional        

1.1.2.1.        Fornecedores        

1.1.2.2.        Mercado        

1.1.2.3.        Concorrência        

1.2.        Análise Interna        

1.2.1.        Missão        

1.2.2.        Caracterização actual da Diztudo        

1.2.3.        Análise ABC de Produtos        

1.2.4.        Matriz BCG        

1.2.5.        Análise SWOT        

1.2.6.        Factores Críticos de Sucesso        

2.        OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS        

2.1.        Matriz de Ansoff        

3.        ESTRATÉGIAS DE MARKETING        

3.1.        Estratégia de Segmentação e Posicionamento        

3.1.1.        Segmentação        

3.1.2.        Posicionamento        

3.2.        Estratégia de Marketing-Mix        


Índice de Figuras


Índice de Quadros


sumário executivo

Texto geral do documento


  1. diagnóstico de situação

  1. Análise Externa

  1. Análise do meio envolvente estrutural

O seguimento e estudo do meio é, em primeiro lugar, a actividade de processar a informação sobre as mudanças que se produzem no mesmo. Trata-se, aliás, e fundamentalmente, de tratar compreender como as ditas mudanças têm impacto na empresa, com o fim de reduzir a incerteza na tomada de decisão.

Uma das primeiras etapas do processo é analisar se as mudanças no meio constituem ameaças ou oportunidades para a própria organização, com o fim de poder antecipar ou reagir às primeiras ou aproveitar as segundas

O macro-meio é constituído por factores demográficos, económicos, sociais, culturais, políticos, legais, tecnológicos e do meio envolvente.

  1. Contexto Demográfico

Baseando-nos em estudos estatísticos emanados do Instituto Nacional de Estatística (INE), concluímos que a população portuguesa sofreu um aumento de 5% no intervalo compreendido entre 1991 e 2001, sendo o número de habitantes de 10.356.117, o que revela um crescimento anual de 0,7%.

  1. INDICADORES DEMOGRÁFICOS

INE, 2003

A Taxa de Analfabetismo em 1991 era de 11%. Verifica-se, com a leitura do quadro anterior, que a taxa de analfabetismo tem vindo a diminuir, principalmente no Concelho de Matosinhos, que é o Concelho onde está situada a Livraria Diztudo, alvo deste Plano.

A população divide-se hoje nos seguintes valores por faixa etária:

- 0 aos 15 anos                        1.656.602 (menos 16% do que em 1991);

- 14 aos 25 anos                        1.479.587 (menos 8.1% do que em 1991);

- 24 aos 65 anos                        5.526.435 (mais 11.8% do que em 1991);

- > 65 anos                                1.693.493 (mais 26.1% do que em 1991).

  1. DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

INE,2003

No que se refere ao nível de instrução da população portuguesa, verifica-se uma redução da taxa de analfabetismo de 11 para 9% no mesmo período. Por forma a caracterizarmos a evolução do nível de instrução, passamos a descrever os seus segmentos:

INE, 2003

No entanto, no concelho de Matosinhos verifica-se uma descida da Taxa de Analfabetismo de 5.5% em 1991, para 5.2% em 2001, valor este que se situa muito abaixo da média  nacional (9%).

  1. Contexto Político Legal

Alguns factores, como a obrigatoriedade do ensino até ao 9º ano de escolaridade são favoráveis ao desenvolvimento do mercado livreiro. Também a taxa de IVA atribuída aos livros, 5%, cria condições propiciadoras do crescimento deste mercado. Comparativamente com outros países da Europa, Portugal detem uma das Taxas de IVA para os livros mais baixa.

As Grandes Opções de Política para 2003-2006 (Educação), visam investir na qualificação dos portugueses, na Educação e cultura.

  1. Contexto Económico

Portugal não está imune à crise económica mundial que se arrasta desde finais de 2000, foi agravada pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 e que agora encontra novo factor desestabilizador – a Guerra com o Iraque, com o possível subsequente aumento dos preços do petróleo e aumento do IPC.

Com o aumento da Taxa de Inflação, a nossa Taxa de Inflação passou dos 2.9% em 2000, para os 4.4% em 2001, sofrendo um agravamento de 1.5% e para os % em 2002, o nível de vida das famílias portuguesas tem vindo a diminuir, situação que se reflecte no poder de compra e no consumo.

Os indicadores acima referidos, em conjunto com o agravamento da Taxa de Desemprego de 4.1% em 2001, para 5.1% em Novembro de 2002, provocam uma diminuição significativa do rendimento disponível dos particulares. Este, que em 1999 e 2000 era de 4.5%, passou em 2001 a ser de apenas 1.8%.

A economia portuguesa, inserida num contexto de economia industrializada (Europa), regista diminuições drásticas no PIB (Produto Interno Bruto) que, de 3.4% em 1999 e 2000, se vê reduzido para 1.8% em 2001 e 0.7% em 2002.

Podemos analisar, através dos dados do Quadro 1, que a Taxa de Desemprego no concelho de Matosinhos é de 8%, superior à média nacional que é de 6.8% e à média da zona Norte de 6.2%. Esta situação de depauperamento das condições de vida das famílias deste concelho, tem vindo a influenciar fortemente os comportamentos de compra, implicando uma descida nos níveis de consumo. O efeito imediato é a diminuição do poder de compra.

Perante a actual conjuntura económica e, tendo em conta que existe mais consumo quando há crescimento económico, podemos concluir que existe uma forte elasticidade entre os indicadores mencionados e a evolução e performance da economia. Daqui resulta que todo o comércio de retalho ligado à venda de bens não essenciais, nomeadamente, o sector livreiro, está directamente relacionado com a conjuntura e o estado em que se encontra a economia, e por conseguinte as vendas e evolução deste sector vão acompanhar a performance global da economia.

  1. Contexto Tecnológico

Apesar dos grandes avanços ao nível tecnológico, o seu poder influenciador no mercado livreiro não se tem vindo a sentir. O Livro, em papel, continua a ter o seu lugar de destaque nas vidas dos consumidores portugueses.

  1. Contexto Cultural

Os programas de incentivo à leitura, emanados pelo Ministério da Cultura, têm vindo a desencadear um aumento da procura dos livros nas diversas faixas etárias.

A preocupação com o aumento dos índices de leitura, preocupação do Ministério da Cultura, tem-se traduzido num lento aumento da leitura em Portugal. Existe a preocupação de aumentarmos os níveis culturais das camadas mais jovens através da leitura, bem como o gosto pela língua portuguesa, tão banalizada hoje em dia.

O Programa Nacional de Promoção da Leitura, que se desenvolve desde 1997, tem como objectivos a criação e a consolidação dos hábitos de leitura dos portugueses, através da difusão do livro e dos autores e da promoção de acções de formação.

As Feiras do Livro têm servido como veículo promotor da leitura e incentivador da compra do livro.

Este tipo de iniciativas nacionais e locais tem potenciado o desenvolvimento do mercado do livro em Portugal.

  1. QUADRO RESUMO DOS CONTEXTOS E SUAS IMPLICAÇÕES

 

  1. Análise do meio envolvente transaccional

A análise da situação, dentro do processo de formulação da estratégia de marketing, compreende a análise dos recursos e capacidades da própria empresa. Deve considerar uma grande diversidade de factores relativos a aspectos de produção, marketing, financiamento e gerais da organização. A análise interna dos recursos e capacidades determinará quais são os pontos fortes da empresa, que lhe permitem manter uma vantagem competitiva e quais são os seus ponto fracos, que supõe ser uma ameaça ou risco para conseguir os seus objectivos a curto e longo prazo.

O meio envolvente transaccional é integrado pelos clientes, fornecedores, os intermediários, os concorrentes e as instituições que promovem, facilitam ou controlam a actividade comercial.

Umas breves palavras sobre o panorama do livros a nível europeu.

As estatísticas europeias, tendo por base os números fornecidos pelas Associações membros da federação dos Editores Europeus, apresentam os seguintes resultados:

  • as vendas dos livros escolares para todos os níveis de ensino incluindo os dicionários, enciclopédias e outros livros de referência e de formação profissional, ascendem a 8.382 biliões de euros e representam 41% do total;
  • 75.6% das vendas dos editores europeus passam pelas livrarias, Distribuidores e grandes superfícies, 10.9% são através dos clubes de livros e 13.5% venda directa ao consumidor;
  • a produção de títulos (entre novos e reedições) for cerca de 472.300 o que representa um decréscimo de 5%;
  • o sector emprega um total de 131.400 pessoas a tempo inteiro, o que representa um ligeiro aumento de cerca de 1% em 2 anos.
  1. Fornecedores

Os principais fornecedores da Diztudo são as editoras. O fornecedor número 1 é a PortoEditora, que fornecesse praticamente todos os manuais escolares obrigatórios. O preço do livro é o preço de capa ditado pelo fornecedor, que faz somente 10% a 20% de desconto ao cliente (livraria).

A nível de revistas e jornais, os fornecedores (editores e distribuidores) têm condições tais como caução para o cliente poder trabalhar com eles, devolução do artigo não vendido e já fora de prazo, desde que nos prazos estipulados pelos contratos de venda.

  1. Mercado

Uma breve incursão pelo mercado dos editores é necessária para, a montante, termos uma ideia da realidade que se transporta para o mercado da venda do livro em Portugal.

A primeira questão diz respeito ao excepcional e regular crescimento do número de novos títulos publicados no decorrer dos últimos anos. De facto, de acordo com os dados disponíveis, ainda que bastante escassos e de fiabilidade um pouco duvidosa, não será de todo exagerado referenciar um crescimento anual um pouco superior a 10 por cento.

A segunda questão está intimamente ligada ao volume global de vendas que, com um crescimento médio anual inferior a três por cento, tem ficado bastante aquém da enorme evolução atrás referenciada. Ou seja, o aumento do número de compradores e da média de livros comprados por cada um desses mesmos compradores é realmente bastante inferior ao aumento exponencial registado na produção.

Acrescente-se ainda que, a fazer fé nos dados disponibilizados pela APEL* e tomando por base uma muito baixa média de 1000 exemplares por edição (incluo, neste caso, as novidades, as reedições e as reimpressões), seria, de facto,   necessário que cada português, com idades compreendidas entre os 15 e os 65 anos, adquirisse o mínimo de cinco exemplares por ano para que se esgotasse a quase totalidade da produção. Vem a propósito referir que, de acordo com o estudo inserido no Omnibus Quantum, de Março de 2001, dos 82 por cento que então se declararam leitores de livros e revistas, apenas 47 por cento se assumiram como leitores de livros - à  média de oito por ano - e  45 por cento seus compradores.

Assiste-se, assim, a um agravamento do custo de produção, com inevitáveis reflexos nos preços de venda ao público e, simultaneamente, a um progressivo aumento de stocks, com as consequências daí inerentes, designadamente em termos de armazenagem.

E depois desta muito breve incursão pelo mundo da edição propriamente dita passemos de imediato à leitura do mercado, um sector onde (questão nem sempre entendida pelos diferentes agentes, inclusive, com razoável frequência, os próprios autores) qualquer diagnóstico, por mais superficial, jamais poderá ignorar o facto de que, hoje, o livro, sendo embora um bem cultural, é simultaneamente, um bem económico.

Conclusão: o comércio livreiro sofre dos  males comuns ao da generalidade do comércio tradicional, que, no dizer da docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e presidente do Observatório do Comércio, Maria Manuel Leitão Marques, está envelhecido (um envelhecimento que nada tem e ver com a idade), não dá sinais de modernização, tem falta de formação profissional e praticamente uma nula intenção de investimento. Assim não admirará que, cada vez mais, o comprador se sinta atraído pelos espaços onde o acto de comprar tem uma dimensão lúdica.

O livro, no dizer de especialistas, não é apenas um bem público. É-o enquanto «veículo de cultura, elemento de integração e promoção social, fenómeno artístico ou simples entretenimento», já que as informações em si contidas «têm todas as características de inapropriabilidade e de indivisibilidade típica dos bens públicos e é sociavelmente desejável que alcance a maior difusão e, do ponto de vista do consumidor máxima variedade». Além disso, o seu consumo por parte de alguém «não diminui o de outras pessoas e seu uso, uma vez produzido, não pode ser interdito a ninguém».

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Mas o livro, sendo embora um bem público, é também um bem privado, ou seja, uma mercadoria produzida e trocada em condições de mercado., que esteja disponível na sua

Assim, pois, talvez mereçam ainda atenção especial questões tão importantes como o IVA, as concentrações e fusões, a entrada de grupos estrangeiros no mercado português, o facto do editor continuar a ser o responsável pelo preço final do produto e ainda, e de modo muito especial, os circuitos da distribuição, um dos males endémicos do mercado do livro, onde parece não existir grande capacidade (nem vontade) de investimento, pois escasseiam ...

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