Estrutura e Fundamentos do Ensino Fundamental e Médio
Estrutura e Fundamentos do Ensino Fundamental e Médio
Conteúdo e Análise
- 2002 -
Universidade Castelo Branco
Letras - 3o período
Estrutura e Fundamentos do Ensino Fundamental e Médio
Professora Jane
Marcel Roberto Vaz da Costa
Maria Helena da Rocha
Rosilene de Paula Lima
Mônica Isidro
Danielle de Oliveira Vaz da Costa
Gabrielle
ÍNDICE
Índice................................................................................................................................ 03
Introdução......................................................................................................................... 04
Conceito........................................................................................................................... 05
Objetivo............................................................................................................................ 06
Conteúdos gerais para 3o e 4o ciclos - Lingua Portuguesa.............................................. 08
Conteúdos específicos para 3o e 4o ciclos - l. Portuguesa................................................ 19
Os Pcns e a Realidade Educacional................................................................................... 21
Adaptando o Pcn à realidade............................................................................................. 24
Conclusão.......................................................................................................................... 25
Bibliografia........................................................................................................................ 26
INTRODUÇÃO
Este documento tem a finalidade de apresentar as linha norteadoras dos Parâmetros Curriculares nacionais para o ensino fundamental, que constituem uma proposta de reorientação curricular que a Secretaria de educação Fundamental do Ministérios da Educação e do Desporto oferece a secretarias de educação, escolas, instituições formadoras de professores, instituições de pesquisa, editoras e a todas as pessoas interessadas em educação, dos diferentes estados e municípios brasileiros.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 5ª a 8ª série foram criados pelo MEC em 1998 para ajudar o professor a ampliar o horizonte de seus alunos. Preparando-os para um mundo competitivo. Com tantas mudanças tecnológicas e novos assuntos sendo debatidos pela sociedade, como Ecologia, Direitos do Cidadão, Educação sexual, Ética na política e na vida pública, racismo e tantos outros, o currículo tradicional ficou defasado.
Se o mercado de trabalho mudou, se a forma como a sociedade vê alguns temas vem se transformando, o ensino na sala de aula também precisa se atualizar. Os PCN apresentam idéias de como trazer esse mundo novo para suas aulas.
CONCEITO
Uma análise da conjuntura mundial e brasileira revela a necessidade de construção de uma educação básica voltada para a cidadania. Isso não se resolve apenas garantindo a oferta de vagas, mas sim oferecendo-se um ensino de qualidade, ministrado por professores capazes de incorporar ao seu trabalho os avanços das pesquisas nas diferentes áreas de conhecimento e de estar atentos às dinâmicas sociais e suas implicações no âmbito escolar.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais nascem da necessidade de se construir uma referência curricular nacional para o ensino fundamental que possa ser discutida e traduzida em propostas regionais nos diferentes estados e municípios brasileiros, em projetos educativos nas escolas e nas salas de aula. E que possam garantir a todo aluno de qualquer região do país, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural, que freqüentam cursos nos períodos diurnos ou noturnos, que sejam portadores de necessidades especiais, o direito de Ter acesso aos conhecimentos indispensáveis para a construção de sua cidadania.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem, portanto, um referencial para estimular a reflexão, que já vem ocorrendo em diversos locais, sobre os currículos estaduais e municipais.
OBJETIVO
É necessários redefinir claramente o papel da escola na sociedade brasileira e que objetivos devem ser perseguidos nos oito anos de ensino fundamental. Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm, desse modo, a intenção de provocar debates a respeito da função da escola e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e aprender, que envolvam não apenas as escolas, mas também pais, governo e sociedade.
O desenvolvimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais vai ocorrer na medida em que cada escola os torne seus. Por isso, será preciso operacionalizar os princípios dos Parâmetros Curriculares Nacionais no projeto educativo de cada escola, peça fundamental de seu bom funcionamento.
A abrangência nacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais visa criar condições nas escolas para que se discutam formas de garantir, a toda criança ou jovem brasileiro, o acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos com necessários para o exercício da cidadania para deles poder usufruir.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais configuram uma proposta aberta e flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais sobre currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais pelas escolas e pelos professores.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:
* Compreender a cidadania como participação social e política, assim com exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade cooperação.
* Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais.
* Conhecer característica fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir a noção de indentidade nacional e pessoal.
* Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.
* Utilizar diferentes linguagens - verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
* Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica.
CONTEÚDOS GERAIS PARA 3o E 4o CICLOS - LINGUA PORTUGUESA
Prática de escuta de textos orais e leitura de textos escritos
Escuta de textos orais:
* Compreensão ...
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* Utilizar diferentes linguagens - verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
* Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica.
CONTEÚDOS GERAIS PARA 3o E 4o CICLOS - LINGUA PORTUGUESA
Prática de escuta de textos orais e leitura de textos escritos
Escuta de textos orais:
* Compreensão dos gêneros do oral previstos para os ciclos articulando elementos lingüísticos a outros de natureza não verbal;
* Identificação de marcas discursivas para o reconhecimento de intenções, valores, preconceitos veiculados no discurso;
* Emprego de estratégias de registro e documentação escrita na compreensão de textos orais quando necessário;
* Identificação das formas particulares dos gêneros literários do oral que se distinguem do falar cotidiano.
Leitura de textos escritos:
* Explicitação de expectativas quanto à forma e ao conteúdo do texto em função das características do gênero do suporte, do autor etc.;
* Seleção de procedimentos de leitura em função dos diferentes objetivos e interesses do sujeito (estudo, formação pessoal, entretenimento, realização de tarefa) e das características do gênero e suporte:
- leitura integral: fazer a leitura seqüenciada e extensiva de um texto;
- leitura inspecional: utilizar expedientes de escolha de textos para leitura posterior;
- leitura tópica: identificar informações pontuais no texto, localizar verbetes em um dicionário ou enciclopédia;
- leitura de revisão: identificar e corrigir, num texto dado, determinadas inadequações em relação a um padrão estabelecido;
- leitura item a item: realizar uma tarefa segundo comandos que pressupõe uma ordenação necessária;
* Emprego de estratégias não-lineares durante o processamento de leitura:
- formular hipóteses a respeito do conteúdo do texto, antes ou durante a leitura;
- validar ou reformular as hipóteses levantadas a partir das novas informações obtidas durante o processo de leitura;
- avançar ou retroceder durante a leitura em busca de informações esclarecedoras;
- construir sínteses parciais de partes do texto para poder prosseguir na leitura;
- inferir o sentido das palavras a partir do contexto;
- consultar outras fontes em busca de informações complementares (dicionários, enciclopédias, outro leitor);
* Articulação entre conhecimentos prévios e informações textuais, inclusive as que dependem de pressuposições e inferências (semânticas, pragmáticas) autorizadas pelo texto, para dar conta de ambigüidades, ironias e expressões figuradas, opiniões e valores implícitos, bem como das intenções do leitor;
* Estabelecimento de relações entre os diversos segmentos do próprio texto, entre o texto e outros textos diretamente implicados pelo primeiro, a partir de informações adicionais oferecidas pelo professor ou conseqüentes da história de leitura do sujeito;
* Articulação do enunciado, estabelecendo a progressão temática, em função das características das seqüências predominantes (narrativa, descritiva, expositiva, argumentativa e conversacional) e de suas especificidades no interior do gênero;
* Estabelecimento da progressão temática em função das marcas de segmentação textual, tais como: mudança de capítulo ou de parágrafo, títulos e subtítulos, para textos em prosa; colocação em estrofes e versos para textos em versos;
* Estabelecimento das relações necessárias entre o texto e outros textos e recursos de natureza suplementar que o acompanham (gráficos, tabelas, desenhos, fotos, boxes) no processo de compreensão e interpretação do texto;
* Levantamento e análise de indicadores lingüísticos e extralingüísticos presentes no texto para identificar as várias vozes do discurso e o ponto de vista que determina o tratamento dado ao conteúdo, com a finalidade de:
- Confrontá-lo com o de outros textos;
- Confrontá-lo com outras opiniões;
- Posicionar-se criticamente diante dele;
* Reconhecimento dos diferentes recursos expressivos utilizados na produção de um texto e seu papel no estabelecimento do estilo do próprio texto ou de seu autor.
Prática de produção de textos orais e escritos
Produção de textos orais:
* Planejamento prévio da fala em função da intencionalidade do locutor, das características do receptor, das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos;
* Seleção, adequada ao gênero, de recursos discursivos, semânticos e gramaticais, prosódicos e gestuais;
* Emprego de recursos escritos (gráficos, esquemas, tabelas) como apoio para a manutenção do cotidiano da continuidade da exposição;
* Ajuste da fala em função da reação dos interlocutores, como levar em conta o ponto de vista do outro para acantá-lo, refutá-lo ou negociá-lo.
Produção de textos escritos:
* Redação de textos considerando suas condições de produção:
- finalidade;
- especificidade do gênero;
- lugares preferenciais de circulação;
- interlocutor eleito;
* Utilização de procedimentos diferenciados para a elaboração de texto:
- estabelecimento de tema;
- levantamento de idéias e dados;
- planejamento;
- rascunho;
- revisão (com intervenção do professor);
- versão final;
* Utilização de mecanismos discursivos e lingüísticos de coerência e coesão textuais, conforme o gênero e os propósitos do texto, desenvolvendo diferentes critérios:
- de manutenção de continuidade do tema e ordenação de suas partes;
- de seleção apropriada do léxico em função do eixo temático;
- de manutenção do paralelismo sintático e/ou semântico;
- de suficiência (economia) de relevância dos tópicos e informações em relação ao tema e ao ponto de vista assumido;
- de avaliação da orientação e força dos argumentos;
- de propriedade dos recursos lingüísticos (repetição, retomadas, anáforas, conectivos) na expressão da relação entre constituintes do texto.
* utilização de marcas de segmentação em função do projeto textual:
- título e subtítulo;
- paragrafação;
- periodização;
- pontuação (ponto, 'virgula, porto-e-vírgula, dois-pontos, ponto-de-exclamação, ponto-de-interrogação, reticências);
- outros sinais gráficos (aspas, travessão, parênteses).
* Utilização de recursos gráficos orientadores da interpretação do interlocutor, possíveis aos instrumentos empregados no registro do texto (lápis, caneta, máquina de escrever, computador):
- fonte (tipo de letra, estilo - negrito, itálico, tamanho da letra, sublinhado, caixa alta, cor);
- divisão em colunas;
- caixa de texto;
- marcadores de enumeração.
* Utilização dos padrões da escrita em função do projeto textual e das condições de produção.
Prática de análise lingüística
* Reconhecimento das características dos diferentes gêneros de texto, quanto ao conteúdo temático, construção composicional e ao estilo:
- reconhecimento do universo discursivo dentro do qual cada texto e gêneros de textos se inserem, considerando as intenções do enunciadores, os interlocutores, os procedimentos narrativos, descritivos, expositivos, argumentativos e conversacionais que privilegiam, e a intertextualidade (expositiva ou não);
- levantamento das restrições que diferentes suportes e espaços de circulação impõem à estrutura de textos;
- análise das seqüências discursivas predominantes (narrativa, descritiva, expositiva, argumentativa e convencional) e doas recursos expressivos recorrentes no interior de cada gênero;
- Reconhecimento das marcas lingüísticas específicas (seleção de processos anafóricos, marcadores temporais, operadores lógicos e argumentativos, esquema dos tempos verbais, dêiticos etc.).
* Observação da Língua em uso de maneira a dar conta da variação intrínseca ao processo lingüístico, no que diz respeito:
- aos fatores geográficos (variedades regionais, variedades urbanas e rurais), históricos (linguagem do passado e do presente), sociológicas (gênero, gerações, classe social), técnicos (diferentes domínios da ciência e da tecnologia);
- às diferenças entre os padrões da linguagem oral e os padrões da linguagem escrita;
- à seleção de registros em função da situação interlocutiva (formal, informal);
- aos diferentes componentes do sistema lingüístico em que a variação se manifesta na fonética (diferentes pronúncias), no léxico (diferentes empregos de palavras), na morfologia (variantes e reduções no sistema flexional e derivacional), na sintaxe (estruturação das sentenças e concordância).
* Comparação dos fenômenos lingüísticos observados na fala e na escrita nas diferentes variedades, privilegiando os seguintes domínios:
- sistema pronominal diferentes quadros pronominais em função do gênero): preenchimento da posição de sujeito, extensão do emprego dos pronomes tônicos na posição de objeto, desaparecimento dos clíticos, emprego dos reflexivos etc.;
- sistema dos tempos verbais (redução do paradigma no vernáculo) e emprego dos tempos verbais (predominância das formas compostas futuro e no mais que perfeito, emprego do imperfeito pelo "condicional", predominância do modo indicativo etc.;
- predominância de verbos de significação mais abrangente (ser, ter, estar, ficar, pôr, dar) em vez de verbos com significação mais específica;
- emprego de elementos dêiticos e de elementos anafóricos sem relação explícita com situações ou expressões que permitam identificar a referência;
- casos mais gerais de concordância nominal e verbal para recuperação da referência e manutenção da coesão;
- predominância da parataxe e da coordenação sobre as estruturas de subordinação.
* Realização de operações sintáticas que permitam analisar as implicações discursivas decorrentes de possíveis relações estabelecidas entre forma e sentido, de modo a ampliar os recursos expressivos:
- expansão dos sintagmas para expressar sinteticamente elementos dispersos no texto que predicam um mesmo núcleo ou o modificam;
- integração à sentença mediante nominalizações da expressão de eventos. Resultados de eventos, qualificações e relações;
- reordenação dos constituintes da sentes e do texto para expressar diferentes pontos de vista discursivos, como a topicalidade, a informação nova, a ênfase;
- expansão mediante coordenação e subordinação de relações entre sentenças em parataxe (simplesmente colocadas lado a lado na seqüência discursiva);
- utilização de recursos sintáticos e morfológicos que permitam alterar a estrutura da sentença para expressar diferentes pontos de vista discursivos, como, por exemplo, uma diferente topicalidade ou o ocultamento do agente (construções passivas, utilização do clítico "se" ou verbo na terceira pessoa do plural, o efeito do emprego ou não de operadores argumentativos e de modalizadores;
- redução do texto (omissos, apagamentos, elipses) seja como marca de estilo, seja para diminuir redundâncias ou para evitar recorrências que não tenham caráter funcional ou não produzam desejados efeitos de sentido.
* Ampliação do repertório lexical pelo ensino-aprendizagem de novas palavras, de modo a permitir:
- Escolha entre diferentes palavras, daquelas que sejam mais apropriadas ao que se quer dizer ou em relação de sinonímia no contexto em que se inserem ou mais genéricas/mais específicas (hipertônimos e hipônimos);
- Escolha mais adequada em relação à modalidade falada ou escrita ou no nível de formalidade e finalidade social do texto;
- organização das palavras em conjuntos estruturados em relação a um determinado tema, acontecimento, processo, fenômeno ou mesmo objeto, como possíveis elementos de um texto;
- capacidade de projetar, a partir do elemento lexical (sobretudo verbos), a estrutura complexa associada a seu sentido, bem como os traços de sentido que atribuem aos elementos (sujeito, complementos) que preencham essa estrutura;
- emprego adequado de palavras limitadas a certas condições histórico-sociais (regionalismos, estrangeirismos, arcaísmos,. Neologismos, jargões, gírias);
- elaboração de glossários, identificação de palavras-chave, consulta ao dicionário.
* Descrição de fenômenos lingüísticos com os quais os alunos tenham operado, por meio de agrupamento, aplicação de modelos, comparações e análises das formas lingüísticas, de modo a inventar elementos de uma mesma classe de fenômenos e construir paradigmas contrastivos entre diferentes modalidades de fala e escrita, com base:
- em propriedades morfológicas (flexão nominal, verbal; processos derivacionais de prefixação e de sufixação);
- no papel funcional assumido pelos elementos na estrutura da sentença ou nos sintagmas constituintes (sujeito, predicado, complemento, adjunto, determinante, quantificador);
- significado prototípico dessas classes.
* Utilização da intuição sobre unidades lingüísticas (períodos, sentenças, sintagmas) como parte das estratégias de solução de problemas de pontuação.
* Utilização das regularidades observadas em paradigmas morfológicos como parte das estratégias de solução de problemas de ortografia e de acentuação gráfica.
Valores e atitudes subjacentes às praticas de linguagem
* Valorização das variedades lingüísticas que caracterizam a comunidade dos falantes da Língua Portuguesa nas diferentes regiões do país.
* Valorização das diferentes opiniões e informações veiculadas nos textos - orais ou escritos - como possibilidades diferenciadas de compreensão do mundo.
* Posicionamento crítico diante de textos, de modo a reconhecer a pertinência dos argumentos utilizados, posições ideológicas subjacentes e possíveis conteúdos discriminatórios neles veiculados.
* Interesse, iniciativa e autonomia para ler textos diversos adequados à condição atual do aluno.
* Atitude receptiva diante de leituras desafiadoras e disponibilidade para a ampliação do repertório a partir de experiências com material diversificado e recomendações de terceiros.
* Interesse pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte.
* Interesse pela literatura, considerando-a forma de expressão da cultura de um povo.
* Interesse por trocar impressões e informações com outros leitores, posicionando-se a respeito dos textos lidos, fornecendo indicações de leitura e considerando os novos dados recebidos.
* Interesse por freqüentar os espaços mediadores de leitura - bibliotecas, livrarias, distribuidoras, editoras, bancas de revistas, lançamentos, exposições, palestras, debates, depoimentos de autores -, sabendo orientar-se dentro da especificidade desses espaços e sendo capaz de localizar um texto desejado.
* Reconhecimento da necessidade de dominar os saberes envolvidos nas práticas sociais mediadas pela linguagem como ferramenta para a continuidade de aprendizagem fora da escola.
* Reconhecimento de que o domínio dos usos sociais da linguagem oral e escrita pode possibilitar a participação política e cidadã do sujeito, bem como transformar as condições dessa participação, conferindo-lhe melhor qualidade.
* Reconhecimento que o domínio da linguagem oral e escrita pode oferecer ao sujeito melhores possibilidades de acesso ao trabalho.
* Reconhecimento da necessidade e importância da língua escrita no processo de planejamento prévio de textos orais.
* Preocupação com a qualidade das produções escritas próprias, tanto no que se refere aos aspectos formais - discursivos, textuais, gramaticais, convencionais - quanto à apresentação estética.
* Valorização da linguagem escrita como instrumento que possibilita o distanciamento do sujeito em relação a idéias e conhecimentos expressos, permitindo formas de reflexão mais aprofundadas.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS PARA 3o E 4o CICLOS - L. PORTUGUESA
Conteúdo Lingüístico para o ensino de 5ª série do Ensino Fundamnetal
* Fonema e Letras
* Frase, tipos de frase
* Substantivo
* Sílaba
* Artigo/ gênero do substantivo
* Número do substantivo
* Grau do substantivo
* Pontuação
* Adjetivo
* Encontro Consonantal, encontro vocálico e dígrafo
* Ortografia
* Pronomes
* Verbo
Conteúdo Lingüístico para o ensino de 6ª série do Ensino Fundamental:
* Classe de palavras
* Verbos regulares e irregulares
* Sujeito e predicado
* Tipos de sujeito
* Predicado verbal e Predicado nominal
* Acentuação
* Regência verbal
* Concordância verbal
* Aposto
* Vocativo
* Adjunto adnominal e Adjunto adverbial
* Pontuação
Conteúdo Lingüístico para o ensino de 7ª série do Ensino Fundamental:
* Frase, oração e período
* Tipos de predicado
* Complemento nominal
* Formas nominais do verbo
* Locução verbal
* Vozes verbais e agente da passiva
* Siglas
* Conjunção
* Pontuação das orações coordenadas
* Concordância nominal
* Concordância verbal
* Ortografia
Conteúdo Lingüístico para o ensino de 8ª série do Ensino Fundamental:
*
* Estrutura das palavras
* Formação de palavras
* Derivação
* Composição
* Neologismo
* Período composto por coordenação
* Pontuação
* Período composto por subordinação
* Orações subordinadas substantivas
* Pronome relativo
* Orações subordinadas adjetivas
* Regência verbal e nominal
* Uso da crase
OS PCNs E A REALIDADE EDUCACIONAL
Em linhas gerais, os Parâmetros Curriculares Nacionais se caracterizam por:
"Apontar a necessidade de unir esforços entre as diferentes instâncias governamentais e da sociedade, para apoiar a escola na complexa tarefa educativa."
Na realidade, as escolas não tem muito apoio da sociedade e tampouco dos governos.
"Mostrar a importância da participação da comunidade na escola, de forma que o conhecimento aprendido gere maior compreensão, integração e inserção no mundo."
A sociedade (pais) até tem entendimento que a escola é importante, porém muitas vezes não encontram tempo hábil para estarem na escola e muito menos de colaborarem com projetos como "comunidade-escola".
"Os alunos precisam ter consciência de que é preciso estudar determinados assuntos porque um dia eles serão úteis."
O sentido e o significado da aprendizagem ficam pouco evidenciados pelos professores pois esquecem que esse tipo de esclarecimento é essencial para o estímulo e o comprometimento dos alunos na própria aprendizagem.
"Explicitar a necessidade de que as crianças e os jovens desenvolvam suas diferentes capacidades, na busca pela sua identidade e mostrar que a escola deve proporcionar ambientes para esta finalidade."
As escolas nem sempre possuem este espaço físico e também não possuem profissionais que sejam habilitados com diferentes aptidões; o que existe na realidade, são profissionais que se esforçam muito para reconhecerem inteligências múltiplas em seus alunos e tentar incentivar e motivá-los no desenvolvimento das atividades em sala de aula e fora dela, como nas aulas extra-classes.
"Apontar a fundamental importância de que cada escola tem a clareza quanto ao seu projeto educativo e principalmente que todos que façam parte dela estejam realmente comprometidos em atingir as metas a que se propuseram."
As escolas possuem seus projetos educativos, porém nem todos os profissionais nem sempre dedicam-se totalmente à concretização dos objetivos propostos.
"Aplicar a visão do conteúdo para além dos conceitos, inserindo procedimentos, atitudes e valores como conhecimentos tão relevantes quanto os conteúdos tradicionalmente abordados."
Isto tem acontecido, pois os professores tem tido posturas bem flexíveis quanto ao aprendizado. Exemplos vivos, são o desapego às "decorebas" e a ênfase pelos debates dirigidos enfatizados sempre que possível através de materiais concretos: fitas de vídeo, palestras, e cartazes expositivos.
"Evidenciar a necessidade de tratar temas sociais urgentes - chamados "Temas Transversais" - no convívio escolar e nas disciplinas."
Há uma preocupação em discutir sobre esses assuntos, porém poderiam se realizar mais projetos político-pedagógicos que enfatizariam ainda mais a urgência para a solução desses problemas sociais.
"Apontar a necessidade do desenvolvimento de trabalhos que utilizem tecnologias da comunicação e da informação, para que os alunos e professores possam participar, usufruir e até criticar."
As escolas não possuem ainda este tipo de trabalho, pois muitas escolas não possuem computadores e as que possuem não dão conta para a utilização eficaz, pois não receberam um treinamento que as orientasse para a possível obtenção de êxito.
"Valorizar o trabalho dos docentes como produtores, articuladores e planejadores."
A maioria das escolas consegue reconhecer a luta árdua do professor no processo ensino-aprendizagem.
ADAPTANDO O PCN À REALIDADE
"A gramática que sai da boca dos alunos"
Os alunos se sentem mais motivados quando percebem que a gramática está presente em suas falas, mesmo que não saibam os nomes corretos.
O ato de escutar o aluno, estimulando-o a falar sobre suas experiências e fatos comuns de sua vida, pode gerar um valioso material de trabalho, que pode ser aplicado na aprendizagem da gramática. Falando de assuntos de seu interesse, o aluno poderá encontrar elementos de estudo em sua própria fala, analisando as regras da gramática normativa em exemplos por ele citados, tornando a aula mais dinâmica e interessante.
Uma conversa informal, por exemplo, pode gerar resultados excelentes, onde os alunos poderão falar de assuntos que sejam de seu interesse, como fatos ocorridos no fim de semana, novelas, novidades em geral e notícias atuais. Os alunos podem anotar algumas frases ouvidas e escreve-las no quadro-negro. Por exemplo, caso o assunto discutido tenha sido "A Aids", o professor pode aproveitar uma frase como "Cuidado Aids Mata" e mostrar como ela ficaria na forma culta: "Cuidado! A Aids Mata!". Seguindo este processo, o professor pode falar sobre diversos temas, como interjeições e predicação.
CONCLUSÃO
O sistema de aprovação e reprovação vem sofrendo modificações constantes, por isso a educação tem sido abalada vigorosamente, pois os pais e os alunos estão muito despreocupados com o novo sistema de ciclos, onde o aluno somente é reprovado ao final de cada ciclo, isto significa que os alunos já com convicção plena de que irão ser aprovados não freqüentam as aulas, não realizam as atividades empobrecendo cada vez mais o nível de seu aprendizado e ao chegar à quinta série não possuem os pré-requisitos que necessitariam para um bom desenvolvimento na compreensão dos novos conteúdos que precisam assimilar.
Além do mais, os professores não estão muito preparados para trabalhar com os Parâmetros Curriculares Nacionais, pois não há nas escolas um treinamento para informar exatamente o que é, e nem como dever ser utilizado, então os professores ficam confusos na preparação de seus planejamentos e desempenho de suas aulas. Para enfatizarmos o mesmo problema, podemos citar: a falta de disponibilidade de tempo na escola para um melhor aproveitamento dos PCNs e a formulação de projetos traçados em cima dos mesmos.
Há dificuldades também nos educadores em considerar os PCNs muito teóricos e pouco práticos, devido à quantidade excessiva de informações e pouquíssimos exemplos para realmente serem utilizados nas estratégias de suas aulas. Alguns professores preferem ler a Revista Nova Escola, pois a mesma enfoca os conteúdos e as experiências vivenciadas por inúmeros professores em diferentes localidades do país através de muitos exemplos que os mesmos tem em seu dia a dia.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são orientações gerais de trabalho. Só funcionam quando as sugestões que apresentam são adaptadas pelo professor à realidade dos alunos. O que se espera é que as idéias trazidas por eles sirvam como inspiração para a prática em sala de aula.
BIBLIOGRAFIA
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 3o e 4o ciclos do Ensino Fundamental. Brasília, 1998.
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO 2002
PÁGINA 27 ESTRUTURA E FUNDAMENTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO