Apenas tinham dado alguns passos encontraram Taveira á porta do bufete onde se estivera reconfortando com uma cerveja. Tinha um molho de cravos amarellos ao peito, polainas brancas, - e queria animar as corridas. Já vira a Mist, a egoa de Clifford, e decidira apostar pela Mist. Que cabeça de animal, meninos, que finura de pernas!...
- Palavra que me entusiasmou! E está decidido, um dia não são dias, é necessario animar isto! Aposto trez mil réis. Quer você Craft?
- Pois sim, talvez, depois... Vamos primeiro vêr o aspecto geral.
No recinto em declive, entre a tribuna e a pista, havia só homens, a gente do Gremio, das Secretarias e da Casa Havaneza; a maior parte á vontade, com jaquetões claros, e de chapéu coco; outros mais em estilo, de sobrecasaca e binoculo a tiracolo, pareciam embaraçados e quase arrependidos do seu chique. Fallava-se baixo, com passos lentos pela relva, entre leves fumaraças de cigarro. Aqui e além um cavalheiro, parado, de mãos atrás das costas, pasmava languidamente para as senhoras. Ao lado de Carlos dois brazileiros queixavam-se do preço dos bilhetes, achando aquilo «uma sensaboria de rachar.»
Análise –
Este curto excerto retirado d’Os Maias demonstra como um evento de alto nivel e chique como tal é transformado num fracaço e desorganização total pelo povo português. Este evento acabou por ser uma tentativa medonha ao que se pode chamar uma corrida de cavalos; que iria igualar Lisboa ás grandes capitais Europeias. Eça de Queiroz analisa a alta burguesia duma forma irónica para submergir a ignorancia presente neste evento. Ele crítica várias figuras indirectamente e faz uma grande crítica relacionada com o dia. Este excerto é novamente outra crítica social, Eça demosntra nos tal crítica pela descrição do tempo, musica, descrição fisica da alta burguesia, e do hipodromo.
Este excerto limita-se a dois momentos bastante relacionados, um focando no tempo fisico do hipodromo e as actividades em termos fisicos. O segundo momento focando-se no comportamento da alta burguesia portuguesa e como as pessoas interagiam com o ambiente. No primeiro parágrafo Eça começa a descrever o posicionamento do hipodromo e o belo dia em que encontrava, “elevava-se suavemente em colina, parecendo, depois da poeirada quente da calçada e das cruas reverberações da cal, mais fresco, mais vasto, com a sua relva já um pouco crestada pelo sol de junho, e uma ou outra papoula vermelhejando aqui e além.” Aqui é possivel analisar a maneira que Eça descrimina o povo português pela sua ignorancia, pois estão a fazer uma corrida de cavalos num dia em que a intensidade do sol é tal que “Uma aragem larga e repousante chegava vagarosamente do rio.” Isto é uma grande crítica sobre a incompetencia pela parte dos portuguêses pois nestas condições os cavalos sofrem muito. Isto é uma actividade ao ar livre num dia de “sol de junho”.
Eça analisa a entrada do hipodromo, nesta zona que deveria ser organizada e grandiosa pois a entrada refelcte o interior, estava um homem; “homem triste que estava á entrada, recebendo os bilhetes, metido dentro de um enorme collete branco, reteso de goma, e que lhe chegava até aos joelhos”. Aqui está um optimo exemplo de a falta de interesse e intelcto, pois os empregados estavam mal vestidos e sujos. Não só mas desanimados reflectindo uma imagem bastante negativa do possivel oredenado. Eça tambem critica muito o próprio hipodromo pois é um edeficio em muito mau estado e muito mal acabdo. Esta descrição da tribuna de Eça é muito eficaz pois consegue-se mesmo identificar o pouco esforço que foi posto para fazer tal evento; “forrada de um baetão vermelho de mesa de Repartição, erguiam-se as duas tribunas publicas, com o feitio de traves mal pregadas, como palanques dearraial. A da esquerda vasia, por pintar, mostrava á luz as fendas do taboado.” Esta descrição demonstra o estado degradante do hipodromo. Não só o hipodromo está num estado degradente mas tmabem se encontram num dia de calor intoleravel, os membros deste evento estão “no brilho do sol, um magote apertado de gente, com algumas carruagens pelo meio, donde sobressaíam tons claros de sombrinhas” o que significa que não só estão ao monte num calor infernal como tambem foram para um evento ao ar livre em trages escuros. Ambos estes factores críticam a falta de intelligencia da alta burguesia potuguêsa que são os responsaveis pelo poder economico do pais. Não só estes factores mas a desorganização do evento era mais que muita pois demonstrado por esta frase de Eça; “havia uma fila de senhoras quase todas de escuro encostadas ao rebordo, outras espalhadas pelos primeiros degraus; e o resto das bancadas permanecia deserto e desconsolado”. Em vez dos espectadores e mebros do evento se espalharem para abafar o calor e se organizarem de forma intelectual e formal ficam todos juntos, um ou outro aqui e ali. Aqui Eça claramente reforça a idea de que a alta burguesia portuguesa é ignorante e comparavel ao “povo”.
O segundo momento começa no quarto parágrafo em que Eça examina o evento não pelo seu aspecto mas sim pelas actividades occorrendo dentro dele. Um evento de classe e respeito como uma corrida de cavalos deve ser um sítio onde as pessoas estão ordenadas e bem comportadas. A frase do inicio do quarto paragrafo começa com o Taveria a reconfortar-se com uma bela cerveja. Beber numa ocasião importante e unica em portugal não e de um cavalheiro muito menos uma bebida reles como uma simples cerveja. “Taveira á porta do bufete onde se estivera reconfortando com uma cerveja” Aqui tambem se vê uma crítica de Eça pois Taveira aparentemente está em pé á porta do buffet. Aqui críticando tambem um pouco o aspecto que as pessoas transmitem ao hipodromo pois parece que Taveira está á porta duma taberna com uma cerveja na mão. Não só mas Eça tambem descreve que no hipodromo encontram-se uns quantos cavalheiros; “Aqui e além um cavalheiro, parado, de mãos atrás das costas, pasmava languidamente para as senhoras” Aqui outro optimo exemplo da falta de respeito dos membros da alta burguesia. Que tipo de cavalheiro vai para uma zona de figuras publicas meter-se a olhar para as senhoras que passam. Cada vez mais Eça parece críticar a sociedade portuguêsa e a sua ignorancia e falta de intelcto.
A corrida de cavalos foi uma “deseperada” e “frustrante” tentativa de elvar Portugal a um nivel com se é visto no estrangeiro, mas Eça faz com que seja claro que a sociedade dominate de Portugal é baseada em pessoas ignorantes e sem sentido de organização nem interesse ou capacidade de se igualar ás capitais dominantes europeias. Aqui é demonstrada a razão pelo qual Portugal não irá conseguir crescer nem melhorar tão rapidamente. Não só mas até os estrangeiros “Brazieliros” supostamente um povo inefrior (descoberto e colonizado pelos portuguêses) ficam com uma imagem de decadencia, “achando aquilo «uma sensaboria de rachar.»”.