Estratégia de Internacionalização da Optimus

Índice


A Internacionalização

  1. Enquadramento

        A internacionalização apresenta-se, actualmente e de forma crescente, como uma estratégia determinante da competitividade empresarial, uma condição de sobrevivência das empresas – “o mercado externo está cá dentro”. Potenciar ou manter a competitividade sustentada das empresas pela via da internacionalização constitui um desafio e uma inevitabilidade e surge como resultado natural de estratégias empresariais integradas. A nova era económica criou a necessidade de introduzir alterações substanciais no funcionamento e na estrutura das empresas, sobretudo no que respeita à sua gestão, como forma de assegurar a sua competitividade, a prazo.

A actual conjuntura económica caracteriza-se predominantemente por:

  • Interdependência das economias, globalização dos mercados e mundialização da concorrência;
  • Concentração de mercados por zonas geográficas/económicas (84% - UE, em 1999 e 79%, em 2000);
  • Adesão ao EURO e previsível alargamento dos países da UE;
  • Evolução das tecnologias de informação e comunicação;
  • Encurtamento do ciclo de vida dos produtos;
  • Especialização e estruturação em cadeias de valor;
  • Tendência crescente para o consumo de serviços “versus” produtos;
  • Intensificação do movimento de fusões/aquisições e alianças estratégicas, a nível empresarial;
  • Produtos e empresas portuguesas que não são, de forma geral, competitivos;
  • Importância crescente da informação (partilha e não posse) e das novas tecnologias;
  • Reforço da importância de conceitos como sejam os da competitividade sustentada, da internacionalização via cooperação empresarial, de estratégias de diferenciação, dos factores complexos ou dinâmicos da competitividade, de progressão na cadeia de valor dos produtos, de imagem de marca e de controlo das funções de distribuição e comercialização;
  • Persistente desvantagem competitiva de Portugal ao nível da imagem, em alguns mercados – o ónus do “produzido em Portugal” ainda é uma realidade fortemente condicionadora da actuação externa das empresas, bem como a dificuldade em criar a apetência por produtos portugueses, superando o défice do reconhecimento das marcas nacionais associadas à qualidade.

  1. Evolução Internacional das Empresas Portuguesas

        A mutação do mercado global e a alteração de postura nos negócios internacionais conduziu à necessidade de proceder a um reposicionamento estratégico das empresas, alterando a forma de competir num mercado alargado e criando condições para o desenvolvimento harmonioso das suas vantagens competitivas.

        As empresas foram, gradualmente, tomando consciência das vantagens da internacionalização ao nível do acesso a novos mercados/recursos, passando a não se assumir como meras unidades de produção e a valorizar, simultaneamente, as funções estratégia, marketing, investigação e desenvolvimento, inovação, recursos humanos, finanças e logística, desenvolvendo capacidades especializadas em servir segmentos bem definidos.

        Com efeito, as empresas descobriram que a internacionalização permite potenciar a competitividade sustentada das empresas por duas vias:

  • Acesso a novos mercados: crescimento, diversificação geográfica, obtenção de margens comerciais acrescidas, aproveitamento de vantagens competitivas/oportunidades de negócio, avanço na cadeia de valor do produto, imitação da estratégia de internacionalização dos clientes, obtenção de economias de escala;
  • Acesso a recursos: minimização dos custos e procura de factores produtivos (matéria-prima, tecnologia, capital) de que as empresas não dispõem no mercado nacional em condições tão vantajosas.

        Sobretudo a partir de 1993/94, constata-se que o processo de internacionalização tem vindo a ser, tendencialmente, marcado por uma dupla característica:

  • Começou a ser mais protagonizado pelas PME, em detrimento dos grandes grupos económicos ajustando-se, desta forma e mais adequadamente, ao perfil empresarial português;
  • As decisões estratégicas de internacionalização têm vindo a apontar, gradualmente, no sentido da diversificação geográfica dos destinos de exportação e da abordagem a “novos” mercados, geograficamente distantes, menos trabalhados, com culturas e hábitos de consumo menos conhecidos e relativamente aos quais, a informação relevante disponível é mais escassa. Daí o interesse e a oportunidade do apoio informativo e logístico que o ICEP pode proporcionar, permitindo uma maior facilidade na abordagem e entrada nesses mercados.

  1. Cooperação Empresarial

        Para uma campanha de internacionalização de sucesso é fundamental que haja cooperação; entre os tipos de cooperação temos:

  • Parcerias locais – (a importância do estabelecimento de alianças estratégicas nos mercados alvo resulta das especificidades próprias dos mesmos) – como forma de partilhar custos, obter informação actualizada sobre a evolução do mercado/consumidores, facilitar contactos com as autoridades locais e suprir dificuldades linguísticas/culturais, permitindo uma mais rápida entrada no mercado e potenciando, em simultâneo, a obtenção de economias de escala e as vantagens competitivas detidas pelas empresas portuguesas. É muitas vezes crucial, a associação a parceiros locais sob a forma de criação de “joint-ventures”.

As “joint-ventures” formadas em países em vias de desenvolvimento traduzem, normalmente, um esforço de conjugação das competências tecnológicas de um dos parceiros com o conhecimento do mercado (da cultura e idiossincrasias locais) por parte do outro, permitindo às empresas detentoras do “know-how”, uma maior facilidade de integração em redes locais;

  • Consórcios nacionais – a cooperação entre empresas nacionais não está suficientemente explorada e nesta variante, converte-se, muitas vezes, num aspecto determinante do êxito dos projectos de internacionalização, permitindo às PME (em se tratando de produtos complementares para o mesmo mercado e não concorrenciais), aumentar o seu poder negocial, reduzir custos/riscos e diminuir o grau de incerteza associado a este tipo de projectos. Infelizmente e por uma questão de mentalidades, o apoio específico à criação de Agrupamentos de Empresas para Exportação (sob a forma de consórcios ou ACE), lançado em 1983, não foi bem sucedido.

Permite-lhes ainda, obter massa crítica para levarem a bom termo os processos de alargamento geográfico das suas bases de negócios, a obtenção de economias de escala/gama, explorar sinergias e oportunidades de aprendizagem, conseguir uma entrada mais rápida no mercado e o desenvolvimento de acções que contribuem para optimizar as actividades de produção e comercialização, conseguindo um melhor aproveitamento das oportunidades de negócio detectadas.

        Existe ainda uma relutância muito grande, a nível empresarial, em adoptar formas de cooperação para a expansão no mercado externo, mas trata-se de uma questão cultural e torna-se cada mais necessário ultrapassar este tipo de obstáculos.

        As sinergias da cooperação empresarial permitem uma desejável alteração do perfil da capacidade das empresas exportadoras; entre as principais vantagens encontramos:

  • optimização da rendibilidade das exportações com menores custos

promocionais,

  • diversificação de mercados,
  • redução dos custos de comercialização,
  • potenciação de meios de gestão e dos métodos de produção conseguindo uma melhor adaptação do produto às necessidades / gostos do consumidor,
  • aumento das margens de lucro e do poder negocial das empresas,
  • possibilidade de oferecer uma maior gama de produtos,
  • potenciação de recursos humanos mais especializados,
  • aquisição de equipamentos e realização de estudos e investigações de natureza técnica e económica que não estão ao alcance das empresas individualmente consideradas.

        

  1. Condições para a internacionalização

        Para ganhar o desafio da internacionalização e considerando os factores de competitividade mais importantes (Marketing / Qualidade / “Design” / Inovação / Marca / Imagem), as empresas deverão reunir as condições para o sucesso num processo deste tipo, designadamente:

  • Controlar/avaliar os riscos envolvidos e reduzir incertezas;
  • Identificar os factores críticos de sucesso dos negócios;
  • Aproveitar as vantagens competitivas (pontos fortes) face aos concorrentes nos mercados externos;
  • Potenciar ao máximo a informação estratégica relevante disponível que permita o conhecimento dos mercados e das oportunidades de negócio neles geradas;
  • Desenvolver capacidades de fazer/produzir diferentes, transmitindo valor acrescentado ao cliente e afirmando uma imagem corporativa de excelência;
  • Munir-se de recursos humanos (quadros superiores e intermédios motivados e com formação em internacionalização), técnicos (sistemas de informação adequados que permitam controlar todo o processo) e financeiros (estrutura de capitais) que permita sustentar este processo;
  • Reunir condições de viabilidade estratégica, económica, financeira e técnica que permitam a expansão com sucesso no exterior;
  • Ter uma actuação prudente, responsável e gradual – aderência à realidade da empresa optando pela forma de internacionalização mais adequada ao estádio de desenvolvimento da sua actividade;
  • Criar estruturas para as suas actividades de marketing.

  1. Modelo SWOT

Análise SWOT sectorial do sector das telecomunicações:

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A Empresa

História da empresa

“Optimus - Rumo à liderança”

        A Optimus nasceu da união de empresas que integram os maiores e melhores grupos económicos nacionais e internacionais, do qual faz parte o Grupo Sonae, o maior accionista da operadora. A Optimus é ainda participada pelo segundo maior operador europeu de telecomunicações, a Orange / France Telecom.

        

        A Sonaecom é a sub-holding do Grupo Sonae para a área das Telecomunicações, Internet e Multimédia; a aposta primordial da Sonaecom é simples e ambiciosa: ...

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