As dificuldades causadas pela 2º Guerra Mundial (1939-1945) ao comércio mundial favorecem essa estratégia de substituição de importações. Em 1943, é fundada no Rio de Janeiro a Fábrica Nacional de Motores. Em 1946, começa a operar o primeiro alto forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no estado do Rio. A Petrobrás, que detém o monopólio de pesquisa, extração e refino de petróleo, é criada em outubro de 1953. Todas elas são empresas estatais.
Anos JK – O nacionalismo da eras Vargas é substituído pelo desenvolvimento dos anos JK (governo Jucelino Kubitschek, de 1956-1961). O governo implanta uma política tarifária protecionista. Amplia os serviços de infra-estrutura, como transportes e fornecimento de energia elétrica, atraindo grandes investimentos de capital estrangeiro. Com os investimentos externos estimula a diversificação da economia nacional, aumentando a produção nacional de insumos, máquinas e equipamentos pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção naval. A industrialização consolida-se com a implantação da indústria de bens de consumo duráveis, sobretudo eletrodomésticos e veículos, com o efeito de multiplicar o número de fábricas de peças e componentes. No início dos anos 60, o setor industrial supera a média dos demais setores da economia brasileira.
O novo surto do crescimento no fim dos anos 60 por alguns dos resultados das políticas de estabilização dos meados de 60 que corrigiam as distorções que haviam sugerido durante a euforia da substituição de importação dos anos 50. Foram eliminadas as distorções de preços, a inflação foi controlada, foram adotadas taxas de câmbios mais realistas e foram feitos esforços para expandir e diversificar a estrutura das exportações do país, foram modernizadas as instituições financeiras, foram criados incentivos fiscais para atrair fundos para regiões e setores atrasados e os investimentos governamentais em infra-estrutura foram aumentados no fim dos anos 60. (1962-1967)
Milagre Econômico – O desenvolvimento acelera-se e diversifica-se no período do chamado “milagre econômico” (1968-1974). A disponibilidade externa de capital e a determinação dos governos militares de fazer do Brasil uma “potência emergente” viabilizam pesados investimentos em infra-estrutura (rodovias, ferrovias, telecomunicações, portos, usinas hidrelétricas, usinas nucleares), nas indústrias de base (mineração e siderúrgica), de transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos, fertilizantes), equipamentos (geradores, sistemas de telefonia, máquinas, motores, turbinas), bens duráveis (veículos e eletrodomésticos) e na agroindústria de alimentos (grãos, carnes, laticínios). Em 1973, a economia apresenta resultados excepcionais: o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 14%, e o setor industrial, 15,8%. Já em meados dos anos 70, a crise do petróleo e a alta internacional dos juros desaceleram e a expansão industrial. Inicia-se uma crise que leva o país, na década de 80, ao desequilíbrio do balanço de pagamentos e ao descontrole da inflação. O Brasil mergulha numa longa recessão que praticamente bloqueia a industrialização. No início dos anos 90, a produção industrial é praticamente a mesma de dez anos atrás. Indicadores sociais – Sustentada na urbanização e em um modelo industrial, a modernização da economia brasileira é conservadora. Apesar de deixar de ser apenas um país agrário, exportador de alimentos e matérias-primas, e de desenvolver uma apreciável base industrial e tecnológica,há uma grande distorção na distribuição de renda.
A política industrial favorece alguns setores, como os de bens de capital e de bens de consumo durável. Ao mesmo tempo, concentra os investimentos nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em setores geradores de empregos e com efeito multiplicador da economia. No Nordeste os investimentos limitam-se a setores de consumo não-durável, como a indústria têxtil, que não tem um efeito dinâmico sobre a economia. O resultado é um alargamento das diferenças econômicas entre regiões geográficas brasileiras e, dentro de cada região, entre as classes sociais. A situação torna-se crítica sobretudo nas áreas de saúde pública, habitação, alimentação e educação.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
Curitiba, Abril de 2001